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Rua, Vítor

guitarrista, compositor e produtor

RUA, VÍTOR Manuel Ferreira (n. Mesão Frio, 23 Jul. 1961). Músico autodidacta, excepcionalmente estudou guitarra na Escola de Música Duarte Costa de 1974 a 1976 em curso leccionado por José Pina, no Porto, cidade onde viveu até 1982, ano em que passou a sediar-se em Lisboa. Em 1970 optara pela guitarra eléctrica e, a partir de 1971, iniciou actividade profissional, integrando *conjuntos executantes de "covers" de *pop-rock e criando grupos de rock para executar originais e com influência do "rock sinfónico". Entre 1976-77 integrou o grupo King Fishers Band (formação portuense de "covers" de folk-rock) inicialmente enquanto teclista, posteriormente como bandolinista, percussionista e cantor, apesar de perseguir uma orientação musical diferente dos restantes elementos. Optando por dedicar-se apenas ao rock, fundou com Alexandre Soares, em 1979, o GNR, acrónimo de Grupo Novo Rock; com esta formação, gravou as primeiras composições de sua autoria com grande impacto popular (e.g. "Portugal na CEE", 1980 e, "Sê um GNR", 1981); em 1981 convidou Rui Reininho para integrar o GNR e dirigiu a gravação do primeiro LP ( "Independança", 1982, obra de culto); com esta sua banda deu vários concertos, com destaque para o derradeiro no Festival de Vilar de Mouros de 1982. No mesmo ano, participou enquanto produtor e compositor nos fonogramas de Manuela Moura Guedes (Álibi, 1982) e de António *Variações (Anjo da Guarda, 1983. Em 1982 conheceu pessoalmente Jorge Lima Barreto; o convívio e a influência deste último terá sido decisiva para a sua mudança definitiva de rumo musical, tendo com ele formado o grupo *Telectu e editado nesse ano "Ctu Telectu", album de transição do rock para a nova música improvisada e electronic live (1982). Divergências jurídicas que durariam até meados de 1990, criaram um cisma sobre a propriedade da sigla GNR; desde 1983 e passou a dedicar-se primordialmente ao duo Telectu, numa carreira que ainda hoje continua, magnificada por dezenas de fonogramas e videogramas, centenas de concertos, e espectáculos multimedia e interarte onde revelou o seu enorme de talento de guitarrista electrónico, polinstrumentista, compositor, inventor de protótipos, poliartista: teve esporádicas e controversas recorrências ao pop rock e experimentalismos marginais tendo criado alguns grupos com edições discográficas em LP ( e.g. "P.S.P." ,1988; "Pipocas",1989; "Clássicos GNR",1991; "mimi tão pequena e tão suja", 1991: "VR e os Ressoadores", 1994; "scratch",1995; e .a.); foi mentor e produziu alguns CDs de grupos como "Rui Azul /Pressões Digitais" e "Repórter Estrábico", ambos de 1994 ; "Perve - segmento", 1995; "Pedro Alçada/ Coty Cream",1996. Em 1990 idealizara e produzira a iniciática antologia de nova música improvisada, Vidya, que reuniu alguns dos principais músicos da área (e.g. M. Azguime, C. Zíngaro, R. Toral, N. Rebelo, Sei Miguel, Tozé Ferreira, Osso Exótico, J. P. Feliciano, Saheb Sarbib, J. Lima Barreto e Elliott Sharp, e.a.). A partir desta data encetara uma aprendizagem própria e singular da notação musical, iniciando uma carreira enquanto compositor de *música clássica contemporânea. Em 1994, formou o agrupamento Vidya Ensemble para a interpretação de algumas das suas obras (e.g. "Vidya Ensemble - Stress/ Relax",1996). Posteriormente, intérpretes virtuosos como a soprano Ana Ester *Neves (e.g. "a vaca de aço" e "os galos de Madeira" sobre poemas de Herberto Helder; "tocata 2", poesia de M. Cesariny); o poli-saxofonista Daniel Kientzy (no CD "sax works" 2003; algumas obras: "Gula", "Musique Céréale", "Cyberpunk", e.a.); o trombonista Giancarlo Schiaffini na criação de "Síndroma de Babel"); o pianista John Tilbury (e.g. "gracefull brilliance", "spin", e.a.); os flautistas de bisel Kathryn Bennets, Peter Bowman (e.g. "duplicator II" na antologia" flights of fancy", Londres,2003"), e.a., gravaram e interpretaram obras de sua autoria em concertos e festivais nacionais estrangeiros (em CD: "works", 2001). Entrou com uma composição no fonograma "In Memoriam Peixinho", Paris, 2001.Desde a mesma década, compõe regularmente em trabalhos de música funcional para *dança (e.g. Paulo Ribeiro, 1996, "rumor dos deuses"; João Fiadeiro, 1997-1999, "mindfield"; João Galante e Teresa Prima 1997-2003,"new babilonia"; Paula Castro, 1998; Aldara Bizarro, 2002/ 2003, e.a); para teatro (e.g. Cornucópia, 1984, 2002, Zimbelino"; Jean Jourdheil, 1997, "Germania III"; Ricardo Pais, 1997-2003, "Noite de Reis", "As Lições", "A Castro" ou "Hamlet"; Nuno Carinhas /Mário Cesariny, "um auto para Jerusalém",2002; e.a.); para cinema (e.g. Edgar Pêra, 2001-2003, "o homem teatro"; para performarte ( e.g. Elizabete Mileu, Rui Orfão, 1987; J. Galante, 2001-2003; Objectos Perdidos/Paulo Eno, 1987-2003, e.a.). Como videasta singular criou obras de video music e ficcionais, como "O Alienado",1988; "Vidya",1989; "Efeito Borboleta",1995; "A Poeira de Cantor", 1996; "Sex Drive", 1997; "Etaoin", 1999; e.a. ; e, compôs música para videogramas de E.M. de Melo e Castro, 1985-1991, Rita Nunes, 1999, Edgar Pêra, 2002-2003, e.a. Concretizou música para instalações (e.g. esculturas multimedia de Joana Vasconcelos, 2002-2003); produziu vários discos de autores experimentalistas, deu conferências e leccionou seminários privados e públicos; autor do programa de rádio "Cantão do Rock", Macau, 1989. Escreveu o livro " A música na era do porquinho Baby"; redigiu vários manifestos sobre rock, música contemporânea, jazz, improvisada, num estilo irónico e pedagógico. Foi intérprete em vários dos discos de pop experimental que produziu e, com Telectu, actuou e gravou internacionalmente, com diversos músicos de grande projecção cultural. A sua técnica instrumental caracteriza-se pelo recurso a patterns na execução de escalas baseadas na linguagem modal, sobretudo no desempenho de improvisações no âmbito do pop-rock. Na criação de música improvisada, recorre frequentemente a técnicas instrumentais menos comuns (designadas "instrumental extended techniques") de modo a explorar as várias potencialidades tímbricas e texturais. É também frequente o uso do processamento electrónico do som. Com uma forte componente humorística (no uso de alguns timbres, nas técnicas instrumentais e vocais, nos textos, e.a.); o seu estilo composicional é igualmente caracterizado pela exploração de pequenos fragmentos (uma escala, uma sucessão de sons, uma pequena frase rítmica) e pelo recurso a técnicas instrumentais menos comuns (e.g. tapping no contrabaixo) para a obtenção de timbres específicos, não directamente associados à fonte sonora que os produziu. Na sua escrita musical procura igualmente utilizar símbolos gráficos, por vezes inovadores. É frequente o recurso à tecnologia informática aplicada, à musica e a técnicas de sampling e processamento electrónico do som no seu método de génese. Desempenhando várias funções em diferentes actividades artísticas , a sua acção pautou-se pelo cruzamento e aproximação de diferentes domínios da música. A sua carreira constitui igualmente o paradigma do músico que, iniciando actividade no âmbito do pop-rock, foi progressivamente aproximando-se dos círculos e das práticas de produção erudita, como o minimalismo; uma trajectória solipsista, encantatória, intervencionismo estético vivaz.
 
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