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Inês Homem Cunha
15-02-2011 00:00
 

José Duarte - há quanto tempo conhece as actividades do 'Hot Clube de Portugal'

(HCP)?

Inês Cunha - Desde sempre, embora só em 1991 me tenha mudado para Lisboa, me tenha feito sócia e tenha passado a frequentar a sede.

JD - sua eleição cumo Presidente do HCP teve outro(s) concorrente(s)?

IC - Os sócios do Hot Clube são todos potenciais concorrentes mas é sabido que é raro haver duas listas concorrentes à direcção do HCP. Em 2009 também só havia uma, a minha.

JD - seus conhecimentos jazz?

IC - Ouço jazz desde muito nova mas nunca estudei nem toco qualquer tipo de instrumento. Tive aulas de voz no HCP mas cheguei a uma conclusão parecida com a do Villas-Boas, que dizia que para se ser um mau pianista mais valia não tocar de todo.

JD - a Escola Jazz do HCP tem lucro?

IC - As contas do Hot Clube de Portugal, onde se integram as actividades da escola são apresentadas aos sócios em Assembleia Geral para aprovação. Sendo uma associação sem fins lucrativos não tem lucro e eventuais ganhos resultantes de uma gestão rigorosa são utilizados imediatamente na solução das multiplas carências que enfrentamos.

JD - sabe-se de cumo os euros a gastar pelos alunos da Escola são exagerados - quanto se paga? Comentários

IC - Não percebo o que quer dizer com exagerados. São semelhantes aos custos de qualquer escola de música privada, sem rigorosamente nenhum apoio do estado nem de mecenas, nos mesmos moldes que estas com a diferença que a do Hot continua a ser a melhor. Temos vários tipos de curso, e modalidades de frequência, com valores muito variados.

JD - qual o futuro do HCP em relação a sua sede que foi alagada?

IC - O número 39 da Praça da Alegria ficou destruído no incêndio do dia 22 de dezembro de 2009. A Câmara Municipal de Lisboa cedeu ao HCP um novo espaço na mesma Praça que será recuperado e adaptado para funcionar com o novo Clube.JD - quantos sócios pagantes tem o HCP? comentários

IC - Estão inscritos no HCP cerca de 300 sócios. Não há sócios não pagantes.

JD - como explica que este país com tantos festivais e tantos e tantos concertos tenha apenas 3 clubes de um chamado 'jazz' (Onda Jazz em Lisboa, Hot Five no Porto, Vilas Club em Matosinhos)?

IC - Não sei como explicar isso a não ser pelo facto de ser pouco rentável gerir um Clube de Jazz, pelo menos nos moldes em que é gerido o Hot Clube, que, mais uma vez, é uma Associação sem fins lucrativos.

JD - quais os instrumentos preferidos pelos alunos da Escola do HCP? porquê?

IC - Não lhe sei dizer quais são os instrumentos que eles preferem, até porque muitos estão inscritos em dois instrumentos. Posso dizer-lhe que temos alguma dificuldade em arranjar sopros e que com esse objectivo temos um desconto de 50% nas aulas de Trompete e Trombone.

JD - conhece a prática de outros clubes jazz em países estrangeiros? comentários

IC - Conheço alguns Clubes em Nova Iorque e nalguns países da Europa: nomeadamente Espanha, França, Inglaterra, Alemanha e Holanda. Não conheço nenhum Clube com as características do Hot ou seja umas associação de sócios sem fins lucrativos, instituição de utilidade pública.

JD - na eventual nova sede que tipo de jazz pensa contratar?

IC - Não será eventual. Está escolhida e as obras iniciar-se-ão a curto prazo. O HCP seguirá a mesma linha do que tem feito todos estes anos.

JD - há um divórcio entre jazz praticado ao norte deste país contra o praticado ao sul - pensa contratar músicos jazz do Porto e dialogar com a ESMAE dado que o Hot não é um Clube de Lisboa?

IC - Não conheço nenhum tipo de divórcio entre norte e sul. Há professores da Esmae a leccionarem no Hot e vice versa. No Hot sempre tocaram músicos do Porto sendo que não tocam mais porque não podemos suportar custos de alojamento e transporte. Este assunto remete-nos para a questão da pouca rentabilidade de um Clube nestes moldes.

JD - sua opinião sobre o HCP contratar um jazzman estrangeiro para cá residir e ensinar jazz? exemplos: Maria Schneider, Kenny Barron ou outros?

IC - Eu acharia uma oportunidade excelente: encontrado um mecenas, um patrocinador ou outro que suportasse esses custos. O que temos feito é aproveitar aqueles que por cá estão para se apresentarem em concertos, e promover masterclasses, inclusive em parceria com outras instituições. Tivemos o Paulinho Braga, o Peter Bernstein e o Dave Holland (em conjunto com a Lusíada), só em 2010.

JD - considera necessidade informar pùblico português jazz sobre sua História seus génios e respectivas discografias desde os anos 20 do século passou?

IC - Foi a História do Jazz que me trouxe para o Hot Clube e tem sido para mim uma prioridade. O HCP conseguiu uma Bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian para Recuperação e organização de Acervos Documentais que permitiu a contratação de um técnico de Arquivo que tem estado a trabalhar no Núcleo Museológioc do HCP. A ideia é a curto prazo ter todos os documentos que integram este núcleo disponíveis para a consulta pública.

JD - acredita no futuro de jazz cumo música sem (con)fusões?

IC - Acredito que o jazz não morre. Transforma-se, evolui, cresce e alarga o seu âmbito. Se para isso forem precisas (con)fusões...

JD - Obrigado Inês Cunha


 
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