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Vítor Guerreiro
24-12-2010 00:00
 

José Duarte - que idade tem e desde quando toca jazz'  

Vitor Guerreiro -Tenho 33 anos, comecei a tocar trompete aos 7 anos na Banda Filarmónica da Amieirinha (Marinha Grande) e fui começando a tocar Jazz aos poucos desde que o Adelino Mota me convidou para ir tocar na Orquestra Juvenil do Valado dos Frades em 1995.  

JD - utiliza fliscórnio além de trompete? porquê? para quê?  

VG - Sim utilizo fliscornio na Big Band da Nazaré onde inclusivé toco alguns temas a solo de há uns anos para cá. É um timbre que me agrada muito pela doçura sonora em relação ao trompete.  

JD - sola improvisando?   VG - Sim  

JD - utiliza surdina? quando?  

VG - As surdinas são uma coisa que sempre gostei, aliás, posso dizer que tenho uma colecção quase invejável de surdinas diferentes. Utilizo sempre que posso e sempre que é pedido nas composições que executo.  

JD - qual foi o trompetista jazz mais importante Winton Marsalis ou Louis Armstrong?  

VG - Eu identifico-me bastante mais com Winton Marsalis. É um trompetista que tem uma versatilidade incrivel. Como estudei no conservatório os discos classicos dele foram um grande "exemplo" para me dar uma "orientação" nas peças que toquei. Tem CD's para todos os gostos com grande qualidade técnica e sonora tanto no Jazz como no Clássico. Agora se pensarmos na evolução do Jazz, o Louis Armstrong teve um papel importantissimo. Em épocas diferentes, são os dois muito importantes na minha opinição.  

JD - sua opinião sobre os principais trompetistas jazz portugueses  

VG - Temos já uma grande diversidade de grandes trompetistas Portugueses em várias gerações com grande qualidade. Desde o João Moreira, Laurent Filipe, Hugo Alves, Eduardo Santos (para mim foi uma referência que infelizmente já não está connosco). Numa nova geração confesso que há um trompetista que me impressiona neste momento pela sua facilidade técnica e que penso inclusivé que será um grande no Jazz que é o Gileno Santana (embora seja Brasileiro, está a estudar no nosso país)  

JD - prefere trabalhar em big band ou em combo?  

VG - São ambientes distintos. Gosto muito de tocar nas duas formações.  

JD - toca blues?  

VG - Sim.  

JD - o que distingue blues de outras melodias?  

VG - O Blues tem uma caracteristica harmonica que a distingue das restantes.  

JD - o swing não é necessário ao jazz de hoje?  

VG - Existem muitos grupos que o vão conseguindo fazer, mas confesso que me sinto mais confortável a ouvir Jazz com swing.  

JD - conhece a discografia de Dave Douglas? opinião  

VG - Conheço sim. Inclusivé já o vi ao vivo no CCB há uns anos. É um trompetista muito bom em todos os registos mas para mim som que ele consegue nos  médios / graves é incrivél.  

JD - tocar jazz em Portugal dá para viver?  

VG - Para mim não. Nunca ambicionei viver da musica muito sinceramente. É uma coisa que me dá um gozo enorme fazer mas sempre achei que viver da musica é demasiado instável para a minha forma de viver. Sempre trabalhei e tive a musica como o meu complemento / escape. Fiz o 8º grau do conservatório no Orfeão de Leiria e sempre gostei de me intitular um "bom amador" e fazer a musica como hobbie e não profissão.  

JD - com quem já gravou?  

VG - Já gravei com a Big Band da Nazaré (3 discos) com a Orquestra do Valado dos Frades, depois com algumas com bandas filarmonicas.  

JD - trabalhou muito sua sonoridade até atingir a de hoje que lhe agrada?  

VG - Posso dizer que sim. Até completar o 8º Grau do conservatório fui "obrigado" a trabalhar o som e estou bastante satisfeito com o trabalho que fiz.  

JD - uma sonoridade define um estilo?  

VG - Sem duvida.  

JD - leva seus solos previamente pensados?  

VG - Não.  

JD - seu trompetista favorito?  

VG - Isso é complicado. Há vários e cada um no seu estilo, com timbres diferentes e formas de solar diferentes. Para mim é claro que um dos que me marcou mais, como referi em cima, foi o Wynton Marsalis pela sua incrivel versatilidade em grande qualidade técnica e sonora tanto no Jazz como na Musica Clássica. Depois tenho como referência o Roy Hargrove, Nicholas Payton, Miles Davis, Chet Baker, Chuck Mangione, Terence Blanchard, Jon Fadis, Terell Stafford... Destes para mim são todos diferentes e muito bons, dificil escolher apenas um.  

JD - público português que tal o acha? conhecedor do que está a ouvir?  

VG - Cada vez mais é conhecedor do Jazz. Nota-se no palco quando gostam e não gostam.  

JD - 45 minutos de encore como com Brad Mehldau no CCB é facto aceitável?  

VG - Talvez um pouco exagerado mas não me choca. Tudo depende da ligação que se consegue ao longo do concerto entre o publico e o artista.  

JD - descreva-nos técnicamente a técnica de Miles Davis  

VG - Sempre que falamos de Miles Davis a primeira coisa que me vém à cabeça é que é possivel fazer grandes solos, com groove e poucas notas.  

JD - as práticas últimas de Miles Davis deu cabo do futuro jazz o jazz que se tem realizado desde que Miles se foi embora (1991)  

VG - Miles Davis abordou um novo conceito do Jazz que abriu portas para um novo estilo de fusão que muitos grupos por todo o mundo continuam a praticar. Não é um estilo que aprecie particulaemwnrw, mas considero que o trabalho dele tem um grande mérito. Claro que podemos realmente identificar dois Miles Davis distintos ao longo da sua vida musical e me agrada mais pessoalmente a sua primeira fase.  

JD - jazz sempre foi luta - dacordo?  

VG - Houve uma grande luta racial e social na história do Jazz, mas para mim o Jazz actual é feito de persistência e paixão...  

JD - obrigado Vítor Guerreiro


 
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