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Abel Rabade
07-02-2003 00:00
 
Foi o caso do trio de Abe Rabade que tocou no mês de Janeiro 2003 em Lisboa no Hot Clube de Portugal e em Braga no Classic Jazz Bar. Um verdadeiro trio que a todos encantou, sobretudo pela brilhante interacção de Abe no piano, Paco Charlín no contrabaixo e Ramon Ángel- Rey na bateria. A Rádio Universitária do Minho, através do seu colaborador José Carlos Santos, não deixou passar a oportunidade em claro e entrevistou Abe Rabade que nos falou sobre a sua música e os projectos para o futuro. Antes de falarmos sobre a tua música, revela-nos a actual situação do Jazz na Galiza, província tão próxima de nós e que sabemos tão pouco. A cena é bem mais pequena que no vosso País, mas penso que existe hoje um pequeno circuito graças aos músicos que foram estudar nestes últimos vinte anos para Barcelona ou para os E.U.A. Como nasceu este trio que se apresento aqui no Classic Jazz Bar em Braga e na semana passada no Hot Clube de Portugal em Lisboa? Tudo aconteceu graças a termos nos deslocado a estudar em Bóston, na célebre escola de Jazz, a Berklee College of Music, eu em 1995 e Ramon e Paco em 96, estudávamos a mesma música, sobretudo para aprofundar a aprendizagem desta música, e começámos a tocar juntos, a tentar, no meu caso a compor música para ser interpretada por este trio. Tudo resultou do trabalho de estudantes em Bóston e que quando regressámos a Espanha (embora Ramon ainda divida o seu tempo entre Espanha e os EUA) decidimos pôr em marcha este trio de um ponto de vista profissional, ou seja editar discos, começar a fazer parte do circuito jazz do País e tentar tocar em quantos mais sítios melhor. É habitual fazerem-se críticas à Berklee College of Music, de lançar alunos que raramente conseguem ultrapassar os limites do academismo que curiosamente não encontrámos na tua música. Eu creio que em quase toda a manifestação artística ,e o jazz não é excepção, a aprendizagem da tradição é muito importante, para posteriormente tentar (muitas vezes não se consegue) transcender a tradição, e no nosso caso, a formação em Berklee foi óptima porque nos possibilitou o aprofundamento da tradição do piano jazz e da escrita, mas isso não pode limitar-te artisticamente pois temos que tentar tocar no tempo em que vivemos, usando ritmos como o funk ou afro-cubano e outras coisas que estão experimentando em outros lados do mundo. Não nos podemos fechar ao que se passa fora das nossas fronteiras e há que tentarmos constantemente renovar-nos. Estamos em 2003 e temos que ter isso sempre presente . Tete Montoliu é uma referência de quase todos os pianistas espanhóis. De que outras influências te reclamas? Tive a enorme felicidade de ter recebido um prémio com o nome de Tete , que o jazz espanhol lhe deve muitíssimo. Eu gosto de quase todos os grandes pianistas da História do Jazz e tentei sempre ouvir quantos mais pianistas melhor e conseguir englobar humildemente no meu estilo. De entre os músicos que eu prefiro destaco Keith Jarret, Herbie Hancock, Chick Corea e dos mais novos Bruce Barth, e ainda de compositores como Brandford Marsalis, Terence Blanchard ou Dave Holland. Gravaste dois Cd´s em trio (2000 e 2002) e apresentas-te em trio neste pequena tournée. É esta a formação que preferes para revelar a tua arte? Acho que o trio é uma formação versátil porque tem tudo para se afirmar, mas por vezes é complicado para ajustar todos os elementos da música, é sempre um desafio pela complexidade que cria. No entanto este trio serve muitas vezes como secção rítmica para englobar solistas, como fizemos recentemente com dois excelentes solistas que vivem em Espanha, um o saxofonista Jesus Santandreu, que toca regularmente em Portugal e que gravou recentemente um Cd estupendo com o contrabaixista Zé Eduardo, e o trompetista norte-americano Chris Kase. O disco deste quinteto sairá no mercado discográfico em Maio através da editora catalã Satchmo e denomina-se "Full Project".

José Carlos Santos
 
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