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Hernâni Faustino
30-06-2010 00:00
 

José Duarte - porquê um cbaixo acústico e não electrificado?

Hernani Faustino - Prefiro a som acústico. O contrabaixo é um instrumento com muitas possibilidades sonoras. Para mim que sou um improvisador é fundamental descobrir novas formas de abordar o instrumento. Também já usei alguns processadores e espero voltar a trabalhar mais num contexto electroacústico no futuro.

JD - porquê jazz?

HF - O jazz para mim é improvisação. Apenas este aspecto me interessa no jazz. Não me considero um músico de jazz, mas sim um improvisador com múltiplas influências desde, Morton Feldman, Cecil Taylor,  Stooges, etc... mas também sou influenciado pela pintura e a fotografía.

JD - que estudos musicais tem?

HF - Sou autodidata.

JD - jazz ensina-se?

HF - Tudo se ensina. Existem várias escolas de jazz em Portugal.

JD - quanto custa ter e tocar um cbaixo?

HF - Os preços vão desde os dois mil até mais de trinta mil euros. Como qualquer outro instrumento é preciso dedicação e passar algumas horas a praticar.

JD - em jazz quais são os melhores cbaixistas?

HF - Gosto muito do Jimmy Garrison mas também do Charles Mingus, Barre Phillips, Fred Hopkins e Mark Dresser.

JD - opinião sobre o melhor português

HF - Carlos Barretto, Carlos Bica, Zé Eduardo e o Bernardo Moreira são os nomes de maior destaque em Portugal. António Augusto Aguiar editou um disco a solo que foi uma boa surpresa.

JD - no jazz contemporâneo o swing clássico ainda é util?

HF - Todas as referências do passado são importantes e válidas, depende do contexto e da forma como se utilizam.

JD - free jazz é decisão mais para sopros do que para cordas?

HF - Qualquer instrumento pode ser usado no free jazz.

JD - opinião sobre Scott LaFaro

HF - Fantástico contrabaixista.

JD - decora previamente improvisações suas?

HF - Não.

JD - gosta de sua sonoridade? porquê?

HF - Gosto! Demorei algum tempo até descobrir o meu som, de qualquer forma é sempre uma procura constante, pois o som é primordial na música e em especial na
improvisada. Actualmente uso um set de cordas que gosto, mas ultimamente ando com um som diferente na "cabeça", talvez experimente cordas diferentes... em Chicago e na Holanda toquei com cordas de tripa e gostei.

JD - toca blues?

HF - Já toquei.

JD - toca standards? seu standard preferido?

HF - Não toco standards.

JD - onde tem tocado?

HF - Em Portugal já toquei em: Lisboa, Porto, Portalegre, Coimbra, Barcelos, Ponta Delgada, Braga, Guimarães, etc, No estrangeiro, em Utrecht na Holanda, Nova Iorque e Chicago nos Estados Unidos e em Vigo, Espanha.

JD - há procura no mercado?

HF - As propostas para concerto são poucas. Existem alguns locais onde os músicos podem tocar com alguma regularidade e são bem recebidos pelo público, mas infelizmente são muito poucos. Num país onde existem tantos auditórios municipais, centros culturais e festivais de jazz, porque é que não se apresentam mais músicos portugueses?

JD - tocou no Hot?

HF - Sim, diversas vezes.

JD - com 2 ou 3 clubes jazz em Portugal onde tocam os músicos jazz portugueses?

HF - Alguns tocam em Festivais, outros em locais alternativos que fazem música ao vivo.

JD - discografia seleccionada

HF - RED trio (clean feed, 2010) / Nobuyasu Furuya - Stunde Null (chitei records, 2010) / Nobuyasu Furuya - Bendowa (clean feed, 2009) / Ernesto Rodrigues/Neil Davidson/Guilherme Rodrigues/Hernani Faustino - Fower (creative Sources, 2009) / Big Group in Ponta Delgada (577 records, 2009) / Nikolaus Gerszewski - Ordinary Music Vol. 3 (creative sources, 2008 / Variable Geometry Orchestra - Stills (creative sources, 2007

JD - opinião sobre o mercado cd jazz neste país? produção / importação / lojas / etiquetas

HF - O mercado em Portugal sempre foi pequeno. Lisboa tem uma loja que vende jazz e depois existem as grandes lojas generalistas. Actualmente é difícil manter catálogos para distribuição especialmente os mais alternativos. Hoje em dia existem várias possibilidades de adquirir música através da internet (digital) ou discos directamente dos sites das editoras ou dos artistas. Apesar das dificuldades existe maior produção e editoras nacionais... e ainda bem!

JD - público jazz português tem bastantes conhecimentos?

HF - Existe muita informação disponível para quem se interessa pelo jazz.

JD - swing é ferramenta ultrapassada?

HF - É ferramente útil para quem a queira usar ou esteja interessado em projectos revivalistas do jazz.

JD - tem tocado em Festivais?

HF - Toquei no festival de jazz da revista Jazz.pt no Hot Clube e no  Clean Feed Fest em Nova Iorque e Chicago. Participei em outros festivals: Out Fest, Rescaldo, Sonic Scope e Mascavado.

JD - obrigado


Hernani Faustino
 
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