José Duarte - quando começou a interessar-se por jazz? que idade tem? André Duarte - Tenho 23 anos, comecei a interessar-me por Jazz talvez aos 17 quando integrei a Big Band do Município da Nazaré. JD - teve aulas de Música? AD -Sim, desde os 16 anos, quando entrei para o conservatório tenho vindo a ter aulas com vários professores, embora uns anos parado pelo meio. Actualmente frequento o ultimo ano do curso do Hot Club tendo como professor Desidério Lázaro. JD - porquê o sax tenor? AD - A escolha do instrumento foi um bocado ao acaso, eu frequentava a Banda Filarmónica da Nazaré, que tinha sempre vários instrumentos ao dispor do pessoal. Um dia peguei num Tenor e pensei para mim.. "É isto!" JD - conhece jazz antigo ou clássico ou moderno ou todo os jazzes? AD - Penso que conheço um bocado dos 3. JD - onde tem tocado? em clubes festivais ou concertos portugueses? AD -Eu particularmente costumo tocar mais em bares/clubes. Hoje em dia cada vez é mais difícil encontrar sítios com as condições muitas vezes necessárias para tocar. Mas existem alguns. JD - qual é ou quais são o(s) seu(s) tenor(es) jazz estrangeiros preferidos? AD -Tenho vários: Chris Potter, Donny McCaslin, Joshua Redman, John Ellis, entre outros. Não esquecendo também aqueles antigos e não menos importantes: John Coltrane, Dexter Gordon, Hank Mobley, Wayne Shorter, Joe Henderson, etc.. JD - e entre os nacionais? AD -Também temos muito bons saxofonistas em Portugal: Jorge Reis, Pedro Moreira, Mário Santos.. Temos também alguns mais novos que já se começam a destacar: Desidério Lázaro, João Guimarães.. JD - sabe algum solo de tenor de cor? qual? AD -Sei alguns do Coltrane, o do Moment´s Notice por exemplo. JD - como encara seu futuro como jazzman em Portugal? AD -Sinceramente para já acho que não estou muito preocupado com isso, por agora só penso em conseguir estudar cada vez mais para tentar ser cada vez melhor. JD - toca blues? AD -As vezes sim. JD - seu standard favorito AD - Gosto do "All or Nothing at all" JD - quanto custa um tenor novo em Portugal? AD - Não estou muito a par dos preços, mas penso que com 1.000 Euros já se compra um bom sax. JD - conhece a obra de Lester Young? AD - Infelizmente conheço pouco. JD - e de David Murray? AD -Muito pouco. JD - quem escolheria para seus parceiros num quinteto imaginado? a nacionalidade para este caso não interessa - piano cbaixo bateria e outro sopro AD - André Murraças- Sax Tenor, David Binney- Sax Alto, Aaron Goldberg- Piano, Ben Street- Bass, Brian Blade- Drumms. JD - vive com os euros que ganha em jazz? AD - Felizmente ainda tenho algum suporte dos meus pais, mas os euros do jazz vão ajudando. JD - tem alguma gravação de seu tocar? AD - Tenho algumas sim, hoje em dia não é preciso muito para obter uma boa gravação, os músicos estão sempre a gravar-se. Muitas vezes até um simples ensaio é gravado. JD - acha que jazz se ensina a tocar? AD - Sim e a prova disso é que a Escola Superior de Jazz já vai para o terceiro ano de funcionamento. Embora eu pense que o maior trabalho é sempre do aluno, a escola pode mostrar-lhe qual o caminho mais correcto a seguir mas é ele com o trabalho e dedicação que vai encontrar o "seu caminho". JD - para si swing ainda deve ser praticado em jazz? AD - Claro, ainda hoje é feito Jazz muito moderno e swing é coisa que não lhe falta. JD - trabalhou sua sonoridade habitual? AD -Penso que a sonoridade é uma coisa que se deve trabalhar sempre, existem saxofonistas já com grande "som" e continuam a trabalha-lo todos os dias. JD - que marca de instrumento e de outras peças tem? AD - Toco com um "B e S" , que é um saxofone alemão e uso uma boquilha Otto Link 7. JD - obrigado André Murraças |