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Desidério Lázaro
09-12-2009 00:00
 

José Duarte - como descobriu a linguagem musical jazz?  

Desidério Lázaro - primeiramente conheci a música funk e soul. Uma coisa levou à outra, mas na verdade o que me marcou foi ter comprado o Blue Train do John Coltrane. Esse disco foi o que me fez escolher o jazz e o sax-tenor.

 JD - porque escolheu instrumentos de sopro?  

DL - A minha mãe tocava na banda filarmónica em Tavira. Tocava saxo e flauta. Sempre quis seguir os seus passos mas no entanto quando entrei na banda só havia clarinete. Teve que ser o clarinete primeiro. E não me arrependo nada.

  JD - é solista ou também compositor?  

DL -Também escrevo música, principalmente para os projectos em meu nome.

 JD - entre saxofonistas n-americanos cite-nos que muito considere    

DL - John Coltrane é a minha referência máxima. Depois Wayne Shorter, Branford Marsalis, Joshua Redman, muitos outros.
 

JD - e entre os não n-americanos?  

DL - Confesso conhecer poucos.
 

JD - o nível musical criativo dos jazzmen portugueses é bom?  

DL - Eu acho que sim, embora a música jazz não seja uma linguagem que esteja muito presente como referência cultural. Mas o tempo tratará de mudar algumas coisas. Hoje em dia é tudo mais fácil. A linguagem à distância de um clique.
 

JD - ouviu e ouve muito jazz gravado? aprendeu algo?  

DL - Posso garantir que 90% da minha aprendizagem está no que oiço.
 

JD - sua opinião sobre Lester Young  

DL - Saxofonista muito importante. Melodicamente um marco.
 

JD - e Archie Shepp ?  

DL -Conheço pouco. Ainda não me considero preparado para ouvir tais abordagens.
 

JD - é verdade que um solo 'improvisado' pode reunir frases estudadas em casa ?  

DL - Pode, mas não deve.
 

JD - sabe muita discografia jazz de Coleman Hawkins a John Coltrane passando por Stan Getz até James Carter ou David Murray?    nomeie seus tenores favoritos  

DL - Conheço alguns discos de referência. Como referi anteriormente, John Coltrane, Branford Marsalis, Wayne Shorter.
 

JD - é confortável para um solista ler jazz numa big band?  

DL - Se o seu nível de leitura for bom, sim.
 

JD - sua discografia  

DL - Não tenho discos editados em meu nome.
 

JD - com tantos concertos e festivais como se compreende que músicos jazz portugueses raramente pisem palcos a não ser na Lisboa dos clubes jazz e na festa anual no Teatro S.Luiz em Lisboa?  

DL - Necessidades de mercado, parece-me. Mas a coisa está a mudar.
 

JD - o swing ainda é característica que diferencia jazz de outras músicas?  

DL - Talvez, sim, mas com a miscelânea actual as fronteiras tendem a dissipar-se.
 

JD - seu repertório mais praticado?  

DL - Ainda estudo muitos standards.
 

JD - toca blues com frequência?  

DL - Sempre que posso, sim.
 

JD - qual o tipo de temas em que usa soprano alto e tenor?  a que obedece a escolha?  

DL - Normalmente a escolha reside na apropriação tímbrica ao registo em que a melodia está escrita.
 

JD - quanto custa um bom saxofone e qual deles é o mais caro?  

DL - Entre 5000 a 7000 euros. Parece-me que os Selmer Balanced Action são os mais caros do mercado.
 

JD - qual é o standard que mais usa? musicalmente porquê?  

DL - Estudo muito o All the things you are. Parece-me ser um standard bastante completo.
 

JD - qual o solo em tenor que mais aprecia?  

DL - Pergunta honestamente difícil.
 

JD - porque terá sido que o soprano só entrou em muito uso depois da ponte de Bechet até Coltrane?  

DL - Não sei responder a essa questão.
 

JD - e o saxofone barítono porque o não usa?  

DL - É muito caro obter um.
 

JD - vive só com a venda de seu trabalho como músico jazz?  

DL - Dou aulas também.
 

JD - jazz aprende-se em uma escola de música?  

DL - Como complemento, sim. Os discos continuam a ser a maior fonte de informação.
 

JD - há gravações em estúdio onde Gerry Mulligan em barítono e Stan Getz em tenor trocam seus saxofones mas mesmo assim se reconhecem os respectivos discursos - comentários  

DL - O tipo de saxofone não altera o saxofonista.
 

JD - a sua sonoridade em tenor e soprano deu muito trabalho a conseguir?  tem sonoridade Desidério?  

DL - Som é algo a que dou muita importância. Tenho alguns sons de referência. Provavelmente o meu som é o resultado dessas influências marcantes. Ainda não sei avaliar se tenho um som próprio.
 

JD - que idade tem? de uma família com Música?  

DL -27, meus pais eram músicos amadores e escutava-se muita música em casa. Foi a minha primeira e mais importante escola.
 

JD - estilo que frequenta: swing - bebop - free?  

DL - Todos me dão prazer tocar.
 

JD - tem provas de agrado do público da crítica?  

DL - Sim, mas nada me desvia da minha procura, que neste momento se tornou algo mais interno, mais espiritual do que propriamente musical. 
 

JD - que lhe parece o estado em que o público e os críticos portugueses se encontram?  

DL - Noto alguma diferença quando toco fora das grandes metrópoles. Mas é normal que haja mais gente informada proporcionalmente. De qualquer maneira não me considero capaz de responder a esta questão.
 

JD - qual destes artistas prefere: Parker ou Cannonball?   Miles ou Chet?  

DL - Cannonball e Miles
 

JD - obrigado Desidério Lázaro         



 
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