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Luís Barrigas
12-11-2009 00:00
 

José Duarte - permite que lhe chamem pianista jazz?

Luís Barrigas - Sim, mas antes de mais considero-me pianista e toco música de uma maneira geral, muitas vezes sem conotações ou barreiras tendo sempre presente a componente da improvisação.

JD - há quanto tempo descobriu jazz e sua linguagem?

LB - Recordo talvez ser criança e ouvir jazz na rádio e ficar extremamente intrigado; considerava esta música e sua linguagem estanha, mas ao mesmo tempo cativante. No entanto, comprei o meu primeiro disco de jazz apenas há 15 anos já na minha fase de adolescência e estudante de música... Mas nesta altura já com vontade de  comprerender, estudar e tocar.

JD - conhece as gravações de Teddy Wilson? e de Thelonious Monk?

LB - É inevitável conhecer estes dois pianistas e algumas das suas gravações. Teddy Wilson conheci pelos discos da Billie Holiday e Louis Armstrong, e considero que é um pianista de referência. Quanto a Thelonious Monk é para mim um marco na composição manifestando modernidade na sua música; O seu pensamento pianístico é fascinante. O seu Disco com John Coltrane, e  Monk a solo são duas referências que me lembro  de momento. 

JD - pratica improvisações? qual a importância da Música improvisada?

LB - Sim, claro! Diariamente. A improvisação também se estuda e se encontra através da sua prática constante. A procura de diferentes caminhos e ideias. Para mim, a música improvisada abre portas para novos sons quando feita de uma forma aberta, e faz-me descobrir melhor o estabelecimento de um diálogo musical. É com a música improvisada que me consigo exprimir.

JD - para além da 'Fábrica' em Lisboa onde tem tocado? no Hot? no Porto?

LB - Tenho tocado em vários locais tanto em Lisboa como no Porto, e obviamente em outros locais do nosso pais. Actualmente tenho tocado mais em Lisboa e no braço de prata uma vez que me encontro a fazer concertos com composições escritas por mim e não existem muitos locais com piano acústico para poder tocar. Por outro lado, confesso que precisaria de um agente neste momento, uma vez que marcar concertos é uma coisa que pode tomar muito tempo para um músico, para que as coisas aconteçam. E o tempo é precioso para estudar, compor, dar aulas, entre outras coisas. 

 

JD - que repertório domina?

LB - Neste  momento trabalho originais meus, repertório de jazz e repertório de clássico.

JD - toca blues?

LB - Sempre, com muito prazer. É uma estrutura que me dá muito gozo, tudo está no Groove!

JD-  quem são os pianistas estrangeiros que aprecia? e os portugueses?

LB - Keith Jarrett, Herbie Hancock, Stefano Bollani, Bill Evans, John Taylor, Enrico Pieranunzi entre outros. Quanto a portugueses que adoro:  João Paulo Esteves da Silva, Mário Laginha e Bernardo Sassetti.

JD - conhece a maneira de tocar piano de Jason Moran?

LB - Sim, é um pianista interessante, recordo vê-lo numa jam no hot clube (momento único) e confesso ter ficado abismado com o seu nível técnico e com a sua abertura de linguagem musical. Tenho alguns discos seus e adoro o facto de ele ser um músico sem limitações nas suas escolhas e também por misturar diferentes estéticas.

JD - a tocar piano jazz ganha euros suficientes para viver?

LB -Nem por isso, sou obrigado a ensinar. Os bares pagam muito pouco e os concertos em auditórios não são muitos para poder viver apenas do piano jazz.

JD - seus standards favoritos?

LB - Não é facil escolher, normalmente tenho fases uma vez que quando estudo ou toco um standard essa canção acompanha-me durante algum tempo. Neste momento   "I´m old Fashioned", "East of the Sun", "Blue in Green" e "I fall in love too easily"

JD - a sua formação ideal - trio? com sopros?

LB -Neste momento aprensento-me normalmente em duo, trio ou quarteto. Não é fácil poder dizer qual delas a ideal. Pelo que, gosto de qualquer uma delas dentro das suas possibilidades. Mas confesso que o trio ou quarteto me satisfazem bastante.  

JD - aprendeu jazz onde? com quem?

LB -Tive algumas aulas particulares com Mário Laginha, e posteriormente passei pela escola do hot clube, onde tive aulas com o pianista Filipe Melo. Neste Momento encontro-me na Escola Superior de Música a estudar com João Paulo Esteves da Silva. Confesso que me considero bastante privilegiado, tendo em conta que estudei e continuo a faze-lo com músicos que admiro bastante.

JD - conhece a História do jazz e seus pianistas?

LB -Sim, de uma maneira geral conheço a história do jazz e seus pianistas. Grande parte deste conhecimento tem vindo a acontecer pela quantidade de discos ouvidos. Comprar discos é um vício constante na minha vida. 

JD - compõe?

LB - Sim, completamente. Confesso que compor é uma paixão tão forte quanto o tocar piano. E considero ser um óptimo exercício para qualquer músico que improvisa.

JD - discografia?

LB - Não tenho infelizmento discos gravados. E neste momento quero bastante gravar a música que tenho escrito. Espero poder fazê-lo brevemente. Penso que a música assim o justifica e como também os músicos com quem tenho o prazer de a tocar.

JD - seu futuro cumo músico jazz?

LB - Espero continuar a estudar sempre, compor o mais possível, gravar discos e obviamente poder dar a conhecer a música que faço, dando cada vez mais concertos. 

JD - usa teclados amplificados electricamente?

LB -Infelizmente tenho de o fazer mais vezes do que gostaria. Mas o ideal para mim é tocar piano acústico. É mais real, vibrante e verdadeiro.

JD - piano é instrumento acústico com futuro no jazz?

LB -Sempre! Tanto no jazz, como em qualquer linguagem musical. Na minha opinião é um instrumento que veio para ficar. Arrisco mesmo a dizer que será durante bastante tempo um instrumento de grande importância.

JD - obrigado Luís Barrigas

 


 
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