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João Lencastre
16-06-2009 00:00
 

José Duarte - há quanto tempo sabe tocar bateria?

João Lencastre -Toco bateria há 16 anos, o saber tocar já é outra conversa...

JD - teve mestres em discos e em aulas? quais?

JL -Alguns dos músicos que mais admiro da actualidade já participaram nos meus discos, como sendo o Bill Carrothers, David Binney, Phil Grenadier ou Thomas Morgan. Assim como também já tive o privilégio de ter aulas com Ralph Peterson, Billy Kilson, Dan Weiss ou Ari Hoenig.

JD - a sua discografia?

JL - Falando só de gravações de jazz, como líder, João Lencastre's Communion ONE!, João Lencastre's Communion B-Sides. Como sideman, Mário Franco Group This Life, Ensemble Raum

JD - no seu cd ‘Communion B - Sides' é o único músico português - como aconteceu tal?

JL -Na altura estava a morar em Nova Iorque,como tal contei com a participação  de músicos lá residentes.

JD - Commonion é o nome do grupo e B Sides são lados B?

JL -O nome B-sides surgiu em conversa com o Leo Genovese um dia antes da gravação, em que falámos de ir tocar o nosso lado B, que significa tocar exactamente o que sentimos no momento, sem preocupações de agradar ninguém.

JD - como conheceu o saxofonista David Binney (que muito toca em Portugal) e os outros?

JL -Conheci o David em 2002 em NY, em 2003 tocámos pela primeira vez juntos, desde aí que ficámos grandes amigos e  temos tido várias colaborações. Outros conheci através de amigos em comum.

JD - que idade tem?

JL - 30 anos

JD - quem o influenciou musicalmente?

JL -Musicalmente, tenho muitas influências, Miles Davis, Keith Jarrett, Wayne Shorter, Tony Williams, Elvin Jones, Shelly Mane, Paul Motian, Gene Krupa, Buddy Rich, Jack DeJohnette, Ornette Coleman, Bill Evans, David Binney, Dan Weiss, Tyshawn Sorey, Thomas Morgan, Jimi Hendrix, Tony Allen, Debussy, Benjamin Britten, Ravi Shankar, Bob Marley, Eric Harland, entre milhares de outros...

Tudo, desde do jazz ao rock, clássica,  world, dança, etc... Música que me transmita emoções!

JD - conhece a Música do baterista Hamid Drake? comentário

JL -Conheço algumas coisas, mas não é um baterista que costume ouvir.

JD - qual é a diferença entre um baterista e um percussionista?

JL - Uma grande diferença é que um baterista é também no fundo um percussionista, e um percussionista não é um baterista...

JD - ter swing é difícil?

JL - Não vem do dia para a noite...É preciso ouvir e tocar muito para absorver o feel.

JD - ter swing é jazzisticamente necessário?

JL - Sim!! Doesn't mean a thing if ain't got that swing!

JD - como evoluiu (?) a utilização da bateria na História do jazz?

JL - resumindo bastante, acho que uma das evoluções mais importantes foi a do papel da  bateria no bebop, antes disso a bateria era um instrumento de acompanhamento, não intervia com os solistas, E com o bebop, a bateria passa a ter um papel  de interacção com os solistas, o baterista passa a ter um papel criativo e importante  no caminho da improvisação.

JD - considera-se um músico jazz? porquê?

JL - Sim, quando toco procuro improvisar em tempo real, tocar o momento, isso para mim é a essência do jazz.

JD - gravou o cd que atrás referi em Brooklyn NY e esse mesmo cd foi editado em Barcelona Espanha - conte-nos as vantagens e inconvenientes

JL -Vantagens, a exposição que tem a nível internacional, exportando  cd's para todo o mundo, desde Japão, EUA, toda a Europa. Inconvenientes, o de em Portugal não ter tanta projecção.

JD - já tocou no Hot? e na Gulbenkian (em Agosto ou em outro mês)? porquê?

JL -Já toquei por diversas vezes no Hot, ou é com o meu grupo e sou eu  a marcar, ou surge em convite de outros músicos. Na Gulbenkian toquei um vez no Jazz em Agosto com o grupo Ensemble Raum.

JD - viu tocar o baterista Elvin Jones? comentário

JL - Infelizmente nunca tive a oportunidade de o ver ao vivo...

JD - conhece a obra gravada do baterista Jo Jones? comentário

JL - Conheço especialmente o seu trabalho com 'Count' Basie, o seu trabalho de prato de choques e de vassouras foram muito inovadores.

JD - suas concepções de Música improvisada coincidem com jazz?

JL - Sim, é o mesmo conceito, tocar o momento.

JD - o antigo swing  como memória rítmica já não pertence às concepções estéticas jazz? desde Coltrane no fim da sua vida? desde a aparição de Ornette? desde as (con)fusões de Miles?

JL - Não sei se percebi bem esta pergunta... Está a falar  de no início o jazz ser muito baseado no ritmo  do swing? Coltrane, Miles e Ornette mudaram isso de facto, foram grandes pioneiros na evolução da história do jazz. Ainda bem que assim o fizeram!!

JD - como compositor as melodias bluesy ou mesmo blues não fazem parte das sua opções? porquê?

JL - Penso que nunca surgiu... Mas gosto muito de tocar Blues,como se pode ouvir no meu primeiro disco ONE!, em que tocamos 'Byrdlike' de Freddie Hubard.

JD -  que futuro prevê para o jazz?

JL -Penso que cada vez mais  vai juntar influências de outros estilos musicais,como pop, rock, musica de dança. Mas é difícil de adivinhar...

JD - como define jazz?

JL -Composição e improvisação colectiva em tempo real.

JD - obrigado João Lencastre

joseduarte@ua.pt

29 abril 2009


 
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