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Pedro Abrunhosa
04-08-1999 00:00
 
como é de repente ficar-se rico com Música? Aprender música pessoalmente com Jorge Peixinho, Álvaro Salazar ou Alejandro Ejrlich Oliva foi a maior riqueza que esta actividade me proporcionou. Da material falarei quando, e se, a atingir. teu estilo é um sucesso - como é que foi, musicalmente, construido? 12 anos de Conservatório e Escola de Música do Porto, 15 de contrabaixista de Jazz na estrada, muita vontade de aprender e de viver as emoções e o desafio da comunicação de cima de um palco. quais são as diferenças entre o teu próximo CD e os anteriores? Maturidade. Silêncio. que pensas do papel dos músicos portugueses de jazz na Música portuguesa mais conhecida? A interpenetração dos vários géneros musicais é muito importante para a evolução estética da Pop. Os músicos de Jazz são pilares fundamentais nesse panorama, pela sua ciência, pela sua técnica e pelo seu olhar sempre insatisfeito. que tal foi a aceitação dos teus CDs e concertos no estrangeiro? O estrangeiro para mim reduz-se ao Brasil, França, Alemanha e um pouco a Itália. A recepção foi na generalidade muito acima do que esperava, com ênfase por parte dos media na minha formação jazzística para justificar a coerência do som e a sua surpresa por tais atributos serem utilizados numa certa reorganização da Pop. Ser cantado em português confere-lhe um toque especial que ajudou a triunfar quando, por exemplo, em 95 a Billboard fez primeira página com o meu trabalho. a(s) tua(s) Músicas preferida(s)? As próximas. As dos outros. As que ainda estão escondidas no teclado do piano. consideras que já criaste Escola ou que a tua Música está isolada? Acho que ajudei a consolidar uma nova forma de encarar a música em Portugal através do som, e, perdoa-me a imodéstia, do rigor. Ninguém está isolado porque criativamente todos somos o somatório inconsciente do que outros já fizeram. Falta algum distanciamento histórico para avaliar a minha influência concreta no panorama musical português. porquê escolheste Maceo Parker para contigo colaborar? Pelo som. Pela colocação rítimica. Pela atitude musical. Pelo incrivel swing. Pelo Funk. Pelo groove. Pelo profissionalismo. Fiz duas digressões com ele e recentemente tocámos juntos em Paris. Sempre o admirei como um dos inventores da moderna forma de encarar o alto, junto com Charlie Parker e Kenny Garrett. Foi uma forma de homenagear as minhas raízes no R&B. foi tua preocupação inventar Música também para dançar? Nao. Acho que dancar ao som de música e tão natural como fazer amor ao som de música. Sem ser uma preocupação, devemos fruir o som como o sentimos. Dançar e amar são actos primitivos que se soltam pela música. que ideia foi essa de incluir uma passagem de um tema de Miles Davis numa das tuas peças? Render homenagem ao homem que inventou o silêncio. So what? o teu público jovem - pensas que o aproximaste de algumas formas jazz? Creio sinceramente que sim, quer pelo que me dizem constantemente em cartas ou emails, como pela reacção que tem quando faço momentos de puro Jazz nos meus concertos. o teu 'look' resultou e contribuiu para o teu êxito mais a tua gestualidade em cena - porque não usas um instrumento? Usar o contrabaixo é uma ideia que me acompanha desde o primeiro disco. Nunca o fiz por puras razões práticas. Tenciono fazê-lo. De resto toco-o nos meus dois trabalhos. O piano no palco uso-o para o "Será", mas vou alargar esse approach. as tuas próximas letras serão ainda 'casos de amor'? Algumas. Nem todas as minhas letras falam de casos de amor. Podem falar de amor, de morte, de esperanca, de solidão, de vida, da noite, da manhã, do prazer, de sexo, da cidade, dos rostos para lá das vidraças, do medo da separação, da loucura, da falta de talento, das fobias. De nós. De mim. que Músicas ouves e te influenciam? Ouço muita música. De Camaron de la Isla a Radiohead, de Miles a Carlos do Carmo, de Wagner a Greenday, de Chico Buarque a U2, de Lou Reed a GNR. Toda a música que me toca me influencia. É um processo involuntário e inconsciente que me faz estar sempre atento à boa musica que se produz. é verdade que os 'blues' em Portugal são 'à moda do Porto'? Já que o Porto não tem Fado, apropriou-se a seu modo dos 'blues'. Pedro Abrunhosa Londres,3:01h, quarta-feira, 4 ago 99, depois de 12 horas no estudio

José Duarte
 
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