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Kiko
15-05-2002 00:00
 
o que é que o levou a preferir cantar jazz? Nada em especial, foi o apelo da música em si que me cativou. Gosto de Jazz, acho que consigo compreender até certo ponto a linguagem que utiliza e como me dá gozo quero fazer parte da cena e partilhar aquilo que vou descobrindo. cantar jazz é a sua profissão? dá para viver? Não é a minha profissão, mas cantar é o que me dá vida, e nesse sentido não só dá p´ra viver como é fundamental. Em termos monetários a coisa já não é tão simples. Já fui músico a tempo inteiro mas obrigou-me a uma determinada "ginástica" que não gostei. Prefiro ter os meus rendimentos garantidos para fazer aquilo que me dá gozo, p'ra não ir a todas. onde tem actuado? Um pouco por todo o lado, mas ultimamente tenho estado mais cá por cima pela zona Norte do país. com que músicos toca habitualmente? Com a Fátima Serro, Susana Baldaque, Paulo Gomes, Zé Lima, Mário Teixeira (cantoras e músicos que formam a Trupe Vocal que vai entrar em estúdio ainda este mês), Telmo Marques, Pedro Barreiros, Manuel Barros, Mário Santos, Rui Teixeira, Sérgio Curado, Nuno Vieira, e muitos outros na maioria músicos da zona do Porto. onde aprendeu jazz? Tive aulas de canto com Fátima Serro na Escola de Jazz do Porto, e o resto fui apreendendo dia a dia ouvindo discos bons e maus, conversando com este e aquele e cantando sempre em diversas formações com diversas pessoas. que reportório utiliza? Ultimamente tenho-me limitado aos standards porque ainda tenho muito para espremer daí. Mais tarde se verá o que acontece... quem ouve como cantores/cantoras jazz? Johnny Hartman, Chet Baker, Jimmy Scott, Kevin Mahogany, Abbey Lincoln, Betty Carter, algum Al Jarreau, um bocado de Diana Krall, uma pitada de Cassandra Wilson, Tony Bennett, Ella, Lady Day, Bobby McFerrin e por aí fora. ouve jazz instrumental? quem? Claro, ouço de tudo, desde Miles, Mingus, Coltrane, Ellington, Sonny Rollins, Art Blakey passando por Donald Byrd, Grant Green, Herbie Mann, Herbie Hancock, até Dave Douglas, Brad Meldhau, Mark Shim, Kurt Rosenwinkle... tem alguma peça gravada? Não. como se sente sendo o 'único' cantor português de jazz? Serei? Não gostaria de pensar nisso nesses termos mas já que pergunta se fosse o "único " sentir-me-ia só. como aprendeu 'scat'? Ouvindo e tentando. Isto para além do que a Fátima me ensinou, mas desde já digo que não me sinto muito confortável a fazê-lo. Sinto que ainda me falta um grande apoio técnico e teórico. sente-se mais à vontade a cantar 'standards' de jazz ou 'standards' populares? Qualquer um desde que goste da música. Uma boa música popular pode ser convertida num clássico de jazz desde que a abordagem utilizada combine o bom gosto com a linguagem jazzística. Tudo pode ser feito quando existe a vontade de tentar e depois retirar as devidas conclusões sem teimosias nem orgulhos. O que resulta resulta, o que não resulta deve ser estudado para depois ser melhorado. e 'blues' conhece e canta? Conheço e somos bons amigos hà muitos anos. Aliás canto blues todas as semanas com um grupo de amigos (Jorge Filipe, Fernando Nascimento, Ricardo e Luís Filipe) aqui no Porto. É uma grande terapia, mesmo quando estou absolutamente arrasado (fisica ou mentalmente) fico sempre muito bem depois duma boa noite de blues qual é a formação instrumental ideal para um cantor jazz? Nenhuma porque formações diferentes requerem inetrpretações diferentes. Já cantei com trio (bx, piano, bat), com quarteto (bx, piano (ou guitarra), bat e sax), com trio sem bateria e com sax, em trio com piano e bx, e a duo só com piano ou só com guitarra e cada formação leva a sons distintos. Neste momento gostaria de formar um quinteto (bx, piano, bat e sax). conhece alguma voz portuguesa masculina na qual reconheça potencialidades de improviso, 'swing', jazz? Tirando o Eugénio Barreiros não vejo ninguém. O que é uma pena. que métodos segue quando improvisa? Nenhum, às vezes pego no fraseado de um solo e sigo, ou penso num mote ou então dou rédea solta. cantar jazz no masculino será actividade em vias de extinçâo? Às vezes receio que sim. O jazz é um estlio que pede muito e que não é das mais gratificantes em termos imediatos. Hoje em dia as pessoas querem o reconhecimento imediato do seu talento (o que não critico), ou da falta dele (ironia), mas não veêm com bons olhos a escalada lenta que o jazz implica. Existem muitos homens a cantar e muito bem, mas não vão dedicar-se ao jazz, ou por que querem o tal reconhecimento, ou por não gostarem pura e simplesmente do tipo de música, ou simplesmente por falta de Swing. Mas tenhofé que irão aparecer mais e melhores do que eu. e além de Kevin, Georgie Fame ou Mark Murphy chegam? Nunca chegam. É preciso mais para aumentar o espectro e a escolha. pode alinhar-se Sinatra entre os cantores de jazz? e Bennett? Sinatra é Sinatra, está acima dos estilos para o bem e para o mal. Bennett é um tratado de bem cantar e longevidade. É a grande recompensa do jazz. Pode-se continuar enquanto houver forças e talento. tem prática de cantar solos gravados aos quais posteriormente lhes foi acrecentada letra? ex: Ross, Hendricks, etc. Fiz algumas letras para solos compostos para a Trupe Vocal e algumas adaptações de letras para standards como para o I remember You que será um tributo á memória de Eduardo Santos agora que passa um ano sobre o seu desaparecimento (como o tempo voa, as saudades que cá ficam amigo). para que é que alguém canta em público? Porque é díficil cobrar bilhete à entrada do chuveiro. quer deixar seus contactos profissionais? Aí estão: telemovel:91.9943886 E-mail: Keekoo@mailandnews.com + palcos é o que jazzportug@l lhe deseja...

José Duarte
 
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