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Paulo um jovem vibrafonista jazz português
30-09-2019 00:00
 

 

José Duarte – conheci a Musica deste senhor Santo no Hot um dos sítios em Lisboa onde se toca jazz e gostei do jazz do PS… assim decidi falar em  jazz e em Leiria de hoje porque Leiria dos ontens ainda me lembro… Paulo há jazz em Leiria?

 

Paulo Santo – Há sim felizmente, podendo parecer suspeito também acho que poderia haver muito mais.

 

JD – cumo ‘aprendeu’ a improvisar? ensina-se ou é um dom natural?

 

PS – Vou aprendendo. É sem dúvida das coisas que mais gosto de fazer e esse facto pode ser o elemento facilitador. Passo muito tempo a improvisar, na "procura", que é sempre tempo bem passado.

 

JD – quem foi o 1º jazzman que conheceu e com ele trabalhou?

 

PS – Foi Carlos Barreto, num curso livre em Leiria. Frequentei praticamente todo o curso ainda como baterista, mas foi durante o mesmo que me decidi pelo vibrafone.

 

JD – cumo descobriu e porque o prefere o vibrafone? 

 

PS – Descobri o vibrafone durante o meu percurso no conservatório de Leiria. Cheguei sedento de aprender mais, achava que a disciplina de percussão seria a única em que poderia ter alguma facilidade,  mas esta ainda não me completava como qualquer ensaio fora do conservatório. Até que chegou o vibrafone, que mudou todo o cenário. A palavra estudar passou do espectro de sacrifício para deixem-me aqui que não quero fazer mais nada....

 

JD – seu Mestre é Milt Jackson ou Gary Burton ou Lionel Hampton? oxalá não seja nenhum destes 3…

 

PS – Milt Jackson foi sem dúvida a primeira e a maior referência vibrafonística. Fascinado obviamente pelo "four-mallet approach" que explodiu com o Gary Burton, nunca fiquei preso ao seu som, com excepção para os trabalhos em duo com o Corea. Ouvi muito o 'Cristal Silence' e cheguei a vê-los em Lisboa . Hampton, é também um virtuoso da sua era. Não conhecendo toda a sua discografia, sempre que o ouvi soa-me demasiado a enterteiner. Nunca segui muitos vibrafonistas, raramente me apaixono por um, Milt e Steve Nelson são as excepções até então. 

 

JD – o que mais o entusiasma no jazz?

 

PS – Sem qualquer dúvida a espontaneidade

 

JD – usa ‘bengalas’ nos seus solos improvisados?

 

PS – Sim claro Não vejo como não possa acontecer em seres pensantes. Acho que a questão é como se as usar, e aprender a fazê-lo de forma equilibrada e interessante. É a minha forma de ver.

 

JD – sabe jazz que se passou ainda você não era vivo? ex: o de Thelonious Monk ou Clifford Brown?

 

PS – Sim claro Sei e da mesma forma que gosto muito, não só esse me preenche. Nasci em 85, por isso veja lá o quanto teria perdido Alguns dos que  mais revisito são talvez Milt Jackson, Miles, Ella Fiztgerald, Coltrane, Art Blakey, Monk, Mingus

 

JD – de sua colaboração com Stefon Harris que recordações trouxe?

 

PS – Estive com ele pouco mais de um par de horas. Ao início estava um pouco nervoso mas ele foi uma pessoa bastante acessível. Falámos de coisas mais de uma perspectiva artística, de fazer música como uma forma de discurso e não apenas como a prática de um actividade.  Ao instrumento abordamos som e como seria de esperar treino auditivo e na sua utilização mais prática, como forma de controlo do que queremos tocar. Recordo-me muitas vezes dessa aula. 

 

JD – o povo em Portugal gosta de jazz? talvez substituir povo por público… porque ‘em Portugal popular é o pão’

 

PS – E o futebol Creio que há cada vez mais público curioso pelo jazz, não só mas principalmente nas novas gerações. Destes ficarão os mais apaixonados e os outros vão, o que me parece natural... 

 

JD – diz-se que um jazzman toca primeira para si depois para os músicos que com ele estão a tocar e só depois para quem assiste… concorda?

 

PS – Sim. Parece-me que deveria ser uma característica de qualquer criador, música ou outras... Não interpreto a expressão pelo sentido egocêntrico, de quem não se importa com o receptor, mas sim como uma procura pessoal por uma integridade ou singularidade, como de quem se dedica a criar algo com ou por um propósito, e pretende ser fiel a essa "busca" pessoal ou colectiva em deterimento da percepção do consumidor. 

 

JD – conhece a discografia de Lennie Tristano ou Lem Winchester?

 

PS –  Não na totalidade. E lá está, mesmo sendo um vibrafonista, conheço bem melhor o outro

 

JD – suas experiência e tocar live no CCB ou Gulbenkian ou Culturgest ou Casa da Música?

 

PS –Apenas tive a oportunidade de tocar no primeiro, foi uma óptima experiência. Espero ainda passar pelos restantes e repeti-los.

 

JD - 1º programa jazz que realizei e apresentei foi ‘O jazz, esse desconhecido’ em 1958 na Rádio Universidade em Lisboa… tinha então 20 e penso estão hoje Quase na mesma… o público vai a estas salas porque é bem ir porque é jazz Música para ele desconhecida… de acordo? batem palmas no tempo forte

 

PS – Adoro outras formas de expressão e se fosse mais rico, ou a cultura mais acessível neste país consumiria muito mais cultura do que actualmente. Iria certamente a muitas outras apresentações artísticas, onde seria também um estranho, até desentendido e pelo sem o sentido crítico apurado que os que seguem o meio em questão. Isso torna-me um consumidor inválido? Terei que estar a par de toda a história de uma corrente artística para poder consumir e retirar as minhas prazer dela? Com isto quero dizer que vejo como um bom sinal o aparecimento de estranhos. Não podemos reclamar por novo e mais público e esperar que este tenha a mesma visão de um consumidor ocorrente.

 

JD – qual foi o melhor CD jazz que ouviu na sua vida?… podia ser meu neto…

 

PS – Tal como não tenho O Mestre Também não conseguiria eleger O Disco Posso no entanto mencionar alguns discos de jazz que ouvi muito, e dificilmente me esquecerei, como  Kind of Blue;  "Wizard of the vibes" Milt Jackson "Diz" Carlos Bica,  "Extensions" Dave Holland, "Angel Song" Kenny Wheeler , " 1+1 " Hancock e Shorter, entre outros.

 

JD – já tocou lá fora… gosto… melhor… no estrangeiro?

 

PS – Já tive a oportunidade de tocar na vizinha Espanha, espero não ficar por aí..

 

JD – sabe História do jazz no seu país antes do 25?

 

P S – Não. 

 

JD – cumo Luís Figueiredo jovem pianista e compositor jazz sabe quais são as atividades jazz da UA – CEJ Universidade de Aveiro – Centro de Estudos de Jazz desde 2002?

 

PS – Conheço o Luís Figueiredo, cheguei a falar com ele no sentido de fazer o mestrado na Universidade de Aveiro que não se verificou logisticamente viável dado a distância para Lisboa.

 

JD – agradeço muito sua colaboração swingante…


 
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