jazzportugal.ua.pt
HOME CONTACTOS BUSCA SUBSCRIÇÃO
 
agenda
media
escritos e entrevistas
músicos
jazzlinks
  escritos  ::  entrevistas  ::  trabalhos alunos UA  ::  e mail e fax  ::  riff  ::  Jazz de A a ZZ

escritos e entrevistas > lista de entrevistas > ver entrevista
José Maria Gonçalves Pereira
19-08-2004 00:00
 
como teenager porque prefere jazz a rock? ou não prefere? A minha condição de teenager não influenciou as minhas escolhas musicais até hoje. Tenho consciência de que não opto pela música mais comum para a minha idade. Desde que me cruzei acidentalmente com o jazz (fatalidade para quem toca sax?), nunca mais o larguei. Para quem tem ouvido musical, o jazz e seus sucedâneos são sons infinitamente mais gratificantes do que o rock. quem são os seus saxofonistas portugueses favoritos? Pedro Moreira, Jorge Reis e Guto Lucena, que embora brasileiro, reside em Portugal há alguns anos e é aquele com quem mais tenho aprendido. quem são os seus saxofonistas estrangeiros favoritos? Charlie Parker, Sonny Stitt, Michael Brecker, John Coltrane, Kenny Garrett, Branford Marsalis. Para não ser exaustivo. como começou a improvisar e como se sente hoje como solista que improvisa na orquestra de Costa Pinto? Como disse, penso que para quem toca saxofone um encontro com o jazz, mesmo que de raspão, é quase inevitável hoje em dia. Devo ter começado a ouvir jazz aos 13 anos. Desde logo ganhei o hábito de tocar por cima das faixas que me agradavam. Penso que foi assim que comecei a improvisar. Ser solista na orquestra de Costa Pinto é um grande prazer e um desafio. Adoro fazer solos em Big Band - a pujança sonora que suporta o solo é muito superior à dum combo tradicional, o que, quanto a mim, lhe confere um poder dramático muito importante. Já antes de começar a trabalhar com Jorge Costa Pinto eu era apreciador de big bands, incluindo aquelas cujo estilo e repertório mais se assemelham a esta orquestra (Woody Herman, Stan Kenton, Duke Ellington...). pensa dedicar ao jazz sua vida de músico? Já não duvido que a minha recente vida de músico será esmagadoramente entregue ao jazz. que conhecimentos tem da (mal) chamada Música clássica? Estou longe de ter um conhecimento da música clássica que desejo e que considero mínimo para quem se diz musico. Ouço com curiosidade algumas obras, quase aleatoriamente. Gustav Mahler, Tchaikovsky e Stravinsky são os compositores que mais vezes ouço. Ofereceram-me pelo natal o livro “Músicas da Minha Vida”, de António Victorino d’Almeida, com o qual espero gradualmente ir colmatando esta lacuna importante da minha cultura musical. porque escolheu o saxofone tenor? Tive aulas piano dos 7 aos 12 anos. O tipo de ensino gasto e anti-pedagógico a que fui sujeito, nunca me conquistou. No entanto, todos à minha volta pareciam insistir por observarem bastante facilidade e musicalidade da minha parte. Pouco antes do meu 12º natal, passámos em frente a um anúncio de aulas de música gratuitas para instrumentos de sopro numa filarmónica. O meu pai decidiu surpreender-me com um saxofone alto que, pensou na altura, seria um brinquedo para me entusiasmar pela música e fazer voltar motivado ao piano. Na filarmónica, ensinou-me a tocar aquele novo instrumento o Professor Manuel Jerónimo (professor de clarinete na Escola Superior de Música de Lisboa!). Mudei para tenor por influência do som de Dexter Gordon, por exemplo. É engraçado que mudei de música por causa do meu instrumento e mais tarde mudei de instrumento por ter mudado de música... que outro(s) instrumento(s) toca? No piano consigo ler uma cifra sem errar muitas notas. Na flauta transversal comecei há pouco tempo e quero melhorar. Sinto-me altamente seduzido pelo baixo eléctrico. Quase todos os instrumentos me encantam e gostaria dominar minimamente uma grande parte deles. acha os workshops boas iniciativas para a aprendizagem do jazz? Devo muito aos workshops. Na altura em que apenas conhecia um ou dois temas de jazz, inscrevi-me no workshop de jazz em Tavira, organizado pelo grande Zé Eduardo. Foi um evento que me marcou tremendamente embora não tivesse ainda nível para participar na excelente música que aí foi feita. Fiz workshops com Frank Tiberi, John Fedchock, Jesus Santandreu, Perico Sambeat, Pedro Moreira, Greg Tardy, Carlos Barretto, etc. O simples facto de poder ter uma curta conversa com qualquer um destes nomes faz com que valha a pena. em quantos concertos toca em média por mês? Muito poucos. Faço alguns trabalhos a substituir o meu professor mas não considero concertos - são trabalhos tipo “piano bar”, jazz de hotel, etc. De resto e sem contar com os da filarmónica uns 3 ou 4. Procuro também ir a jam sessions. O liceu impede-me de assumir muitos compromissos com a música.

José Duarte
 
  Escritos e entrevistas  
 
   
Festivais  
 
   
Universidade de Aveiro
© 2006 UA | Desenvolvido por CEMED
 VEJA TAMBÉM... 
 José Duarte - Dados Biográficos