| Jazz ao Centro e um novo clube |
| 08-04-2004 00:00 |
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José Duarte - Descreva-nos o clube: áreas, balcões, iluminação, acessos, localização em relação à cidade, capacidade, luz ou escuridões, cave?, palco, ambiente, recantos, mesas, cadeiras, o(s) bar(es) têm cadeiras de pé alto, segurança, os espectadores são triados à entrada, e o mais que lhe aprouver
Francisco Neves - O JACC, Jazz Ao Centro Clube, procurava uma sede. Encontrou-a em Sta. Clara, Coimbra, próximo do “Portugal dos Pequenitos” na margem esquerda do Mondego e abriu pela 1ª vez a 5 de Março de 2004, no 1º andar da discoteca Scotch que todas as sextas é o Jazz Ao Centro Clube.
Apresentamos jazz numa sala que tem sido apreciada pelos músicos como das melhores da Europa.
Com área de quase 400 metros quadrados, o chão e uma parede forrados a madeira, capacidade para mais de 350 pessoas, encontramos 80 disputadas cadeiras em redor de 14 mesas. Há dois balcões de bar que sustentam em pé os restantes. Um degrau atravessa a sala em semi circulo para sentar os mais descontraídos.
Num recanto, a meio da sala, instalámos o balcão do JACC para acolhimento de todos os interessados nas coisas do jazz. Decorámos as paredes deste recanto com fotos tiradas em 2003 durante os Encontros Internacionais de Jazz de Coimbra e estamos a organizar uma montra de discos onde tencionamos a curto prazo destacar os músicos nacionais.
Os acessos ao exterior do Clube são bons e claramente assinalados (Scotch) à chegada. Há dois parques de estacionamento que nunca nos deixam a mais de 50 metros da porta. Nas sextas a entrada custa 5 Euros e o Scotch oferece a primeira bebida.
Quando finalmente entramos na sala, olhamos o palco ao fundo já com os instrumentos, caminhamos procurando caras conhecidas, percebemos que há um espírito de partilha de ideias, ideais e emoções num constante percorrer da sala quer pelo público, por pessoal do JACC ou pessoal do Scotch.
Objectivos da vida do clube. Além dos ganhar para não perder há outros?
Há uma forma de conseguir um milhão com o jazz: é começar com dois!
Nos objectivos do JACC está sempre presente a vertente pedagógica. Nas sextas procuramos demonstrar que o Jazz, música aberta, é popular e é espiritual, devendo ser tratado com naturalidade soltando a imaginação.
Informamos a quem sinta dificuldade neste exercício para não desistir e continuar a fazer os trabalhos de casa, ouvindo, lendo, aprendendo.
Na sala também há uma mesa de bilhar.
O maior objectivo é conseguir mais tarde uma Escola de Jazz em Coimbra que permita para além das aulas, ensaios e workshops a realização dos concertos do JACC.
Relações entre o Clube e o Festival anual 'Jazz ao Centro'
Começámos há dois anos com uma ideia e vontade de trabalhar. O Clube nasceu em 2003 no decorrer do festival Jazz Ao Centro e é este ano responsável pela realização do Jazz Ao Centro - Encontros Internacionais de Jazz de Coimbra, a acontecer em dois períodos. Um já lá vai: 25, 26 e 27 de Março. Todas as noites se seguiram Jam Sessions no Clube.
“The real thing”.
O outro vem aí em Dezembro a 2, 3 e 4 no Teatro Académico Gil Vicente.
Mas o cartaz ainda não está decidido.
E na mesma linha do ano passado?
Em 2004 quisemos ser mais abrangentes e a prova foi dada na 1ª fase dos Encontros. Primeira noite: ligação com a coerência estética de 2003. Segunda noite: jazz contemporâneo, ordem, improviso. Ultima noite: mainstream inesquecível ao encontro das preferências de uma maioria. A maior ovação.
Experiências já obtidas
Levámos o jazz às Escolas com o programa “Jazz Visita” em colaboração com a Direcção Regional de Educação do Centro. Ainda este ano continuaremos esta iniciativa pois os mais novos revelaram-se um público interessado, atento, colaborante, entusiasta e “bué da curtido”.
Realizámos também Workshops com músicos estrangeiros, nacionais e alunos.
Um exemplo feliz:
No passado dia 25 de Março, Dennis Gonzalez a convite do JACC realizou no Conservatório de Música de Coimbra um workshop de trompete para sete jovens alunos. Dennis Gonzalez gostou do que viu e ouviu até convidá-los para tocarem com ele. Depois gostámos todos!
Participaram no último tema, de sua autoria, em homenagem a Julius Hemphill acrescentando melodia com beleza e segurança.
Grande momento.
Parabéns ao mestre, aos alunos e ao JACC.
Em cartaz maioritariamente músicos portugueses?
No Clube os portugueses serão maioritários e porque há muitos e bons, queremos apresentar pequenas formações, grandes bandas, solistas, cantoras, cantores, acústico, eléctrico, com ou sem piano.
Em cartaz só jazz?
Em principio. Mas eu defendo que apresentemos blues também. Com guitarra e metais. E existem fabulosas fusões entre diferentes culturas e etnias como a do flamenco com jazz prestes a subir ao palco.
As preferências jazz dos membros da Direcção influenciarão a escolha dos cartazes ou apenas se submeterão à disponibilidade de músicos no mercado e seus respectivos estilos praticados?
Quer para o programa do Clube quer para o programa dos Encontros Internacionais de Jazz deparamos sempre com a dificuldade de adaptar a nossa escolha de músicos, às datas disponíveis. Há que conhecer as alternativas.
Certeza é pretendermos que as preferências da Direcção do JACC se reflictam no agrado do público.
Futuro a curto prazo
O JACC completa o seu 1º ano de existência como associação em 30 deste mês de Abril. O futuro a curto prazo é de muito trabalho a realizar para atingir objectivos.
Contamos com o apoio do público, o apoio dos músicos e dos jornalistas de jazz. Procuramos inscrever mais sócios no JACC e que todos tenham as quotas em dia, procuramos empresas que nos queiram apoiar, procuramos um piano que ainda nos falta, procuramos...
Contacto
www.jacc.pt
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