jazzportugal.ua.pt
HOME CONTACTOS BUSCA SUBSCRIÇÃO
 
agenda
media
escritos e entrevistas
músicos
jazzlinks
  escritos  ::  entrevistas  ::  trabalhos alunos UA  ::  e mail e fax  ::  riff  ::  Jazz de A a ZZ

escritos e entrevistas > lista de entrevistas > ver entrevista
Aníbal Beirão
18-07-2012 00:00
 

 José Duarte - porquê baixo elétrico e não acústico? é mais fácil transportar o 'presunto'?

Aníbal Beirão - Na verdade quando comecei a tocar baixo eléctrico nem me passava pela cabeça tocar contrabaixo. Aliás, eu comecei a tocar baixo eléctrico porque o meu irmão tinha um em casa e ofereceu-mo quando eu tinha aí uns 16 anos. Eu comecei a achar piada ao instrumento e decidi ter aulas com o objectivo de tocar rock com uns amigos. Por isso não foi definitivamente por ser mais fácil transportar o 'presunto'.

JD - começou pelo Rock apesar de então cursar engenharia civil - comentário

AB - Sim, eu na altura não tinha o desejo que tenho hoje de me tornar verdadeiramente bom instrumentista e improvisador. Além do mais há muito rock de enorme qualidade artística e musical. 

JD - porque se passou para o jazz? maior interesse musical? está na moda?

JB - Eu não acho que me tenha passado para o jazz, eu simplesmente me apaixonei por esta música e desenvolvi uma enorme vontade de a estudar. Desde que me lembro de ouvir música que sempre tive uma queda para a música de raiz africana, do reggae, ao funk a música brasileira, ao afrobeat, a juntar a isso comecei a sentir um enorme fascínio pela pureza do jazz, pela arte que é a improvisação e a interação entre os músicos. 

JD - que estuda na ESMAE?

JB - Estudo música variante jazz, sendo o meu instrumento o contrabaixo.

JD - informe todos que nos lêem qual a importância dos irmãos Barreiros na cena jazz portuguesa

AB - Os irmãos Barreiros tiveram e ainda têm uma enorme importância no desenvolvimento do jazz no Norte do país, tendo sido fundadores da Escola de Jazz do Porto. Fizeram parte de vários projectos entre eles o quarteto de António Pinho Vargas e o Sexteto Mário Barreiros.

JD - quantos e quais são os clubes que aceitam exclusivamente jazz no Porto? 'Alfaiate' é um deles?

AB - Não creio que exista nenhum clube que aceite exclusivamente jazz no Porto, mas existe o Tribeca, o HotFive e o Clube Literário do Porto onde existem acontecimentos nesta área. Existe também o Porta Jazz que é uma associação que neste momento está sediada na Casa Madeira que se dedica exclusivamente a divulgação do jazz, tendo uma enorme incidencia no jazz nacional feito hoje. O 'Alfaiate' não é um clube de jazz, é um restaurante/bar onde há concertos de vários tipos de música entre outras coisas tais como sessões de poesia. 

JD - porque toca com Vanessa Sassine? quem é ela no jazz?

AB - A Vanessa Sassine é uma cantora estudante de música como eu, com quem tenho desenvolvido com José Ferra (guitarra) e Miguel Sampaio (Bateria), o gosto de tocar e trabalhar standards com arranjos nossos.

JD - que estilo jazz toca nos combos da ESMAE e da Escola de Jazz do Porto?

AB - Neste momento estou a tocar temas de Wayne Shorter no combo da ESMAE e temas de Cannonball Adderley no combo da Escola de Jazz do Porto.

JD - compõe?

AB - Tenho ideias, e gosto de as desenvolver, mas ainda tenho muito para aprender para poder acreditar verdadeiramente que as minhas ideias são boas. A minha resposta é, quero muito compor. 

JD - improvisa ou recita solos previamente escritos por si?

AB - Improviso, nunca recitei um solo previamente escrito por mim, aliás nunca escrevi um solo, algo que tenho de aprender a fazer com frequencia. Quando estudo, procuro trabalhar as ferramentas  necessárias para poder passear na música. A maior parte das vezes fico desiludido com os meus solos... Ainda tenho muito para trabalhar para poder ligar verdadeiramente aquilo que eu quero ouvir aquilo que toco em tempo real.

JD - destaque so cbaixistas jazz que prefere em Portugal

AB - Carlos Bica, Carlos Barretto, Pedro Barreiros, Zé Eduardo, António Augusto Aguiar, Bernardo Moreira. E os mais recentes Damien Cabaud, José Carlos Barbosa e Nelson Cascais.

JD - e no estrangeiro? valem todos mesmo os que já se foram embora

AB - Por ordem cronológica, salvo o erro, Paul Chambers, Sam Jones, Ray Brown, Art Davis, Oscar Pettiford, Reggie Workman, Scott LaFaro, NHOP, Dave Holland, Gary Peacock, Charlie Haden. E os mais recentes John Patitucci, Christian McBride que é dos meus preferidos e Scott Colley. Tenho também de falar em Steve Swallow pois sou um grande apreciador do seu trabalho.

JD - não sendo canhoto qual o braço mais importante num cbaixista?

AB - Acho que são ambos de extrema importância pois ambos desempenham um papel fundamental. Para mim que sou destro, o braço direito é o do ritmo, do tempo do groove, o braço esquerdo é o do conteúdo, talvez o mais racional. Eu acho que a dificuldade está em torna-los 'amigos' e 'colaboradores' entre si ao serviço do efeito que se pretenda criar em cada momento da música.

JD - conhece a Música de Esperanza Spalding? opinião

AB - Conheço e sou apreciador. Acho que é uma pessoa com um talento impressionante. Gosto muito da versão dela do Body and Soul, tem uma 'malha' de contrabaixo em 5/4 espectacular.

JD - nomeie um cbaixista que se lhe possa chamar cbaixista free

AB - Charlie Haden

JD - já ouviu Jimmy Blanton? opinião

AB - Sim já ouvi, teve uma enorme importância no desenvolvimento da forma de tocar o instrumento

JD - Hernani Faustino em cbaixo - opinião

AB - Suscita-me muita curiosidade.

JD - tem discografia?

AB - Não

JD - é apreciador de bebop?

AB - Sim.

JD - Obrigado Aníbal Beirão


 


 
  Escritos e entrevistas  
 
   
Festivais  
 
   
Universidade de Aveiro
© 2006 UA | Desenvolvido por CEMED
 VEJA TAMBÉM... 
 José Duarte - Dados Biográficos