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Jazz de A a ZZ

Nem sempre sou da minha opinião
Paul Valery

os trabalhos de amor são os mais leves/de quantos algum dia pratiquei/na cama as alegrias fazem lei/e se me queixo é só de serem breves/eu vivo atado às tuas mãos suaves/num nó que deste corpo já não sai/ferve o arco do sol a tarde cai/ardem voando pelo céu as aves/mágoas outrora muitas frabiquei/e em países salobros jornadeei/ao dorso das tristezas almocreves/a vez em que te amei um outro fui/comigo fiz a paz nada mais dói/e os trabalhos de amor nunca são graves
Fernando Assis Pacheco (1937-1995)

na poesia procuro uma casa onde o eco existe sem o grito que todavia o gera

Peixe tão definido / na praia / tão relâmpago de prata: / folha de navalha /tirada da pança do mar, / do recesso que a alimentava, / lâmina boquiaberta, / áscua tresmalhada. / Peixe sem solução, / máquina a parar, / circular e vítrea aflição / a olhar.
Alexandre O'Neill (1924 - 1986)

mas se basta uma braçada deluz com água / e ao sono basta o rasgão por onde se escoa / e ao teu corpo, o que basta a esse ofício de brilho: / o organismo diamante, o sistema da rosa, / o banho plenário, / e à exasperada alegria basta cada dia roaz, / se basta a água anárquica?
Herberto Helder (1930 - )

o guincho do ganso selvagem / incapaz de resistir / à tentação do meu isco / enquanto eu, na confusão do amor, / incapaz de o apanhar / fico a ver a ave levar as redes com ela / e quando minha mãe voltar, carregada de aves, / e me vir de mãos vazias /que lhe vou dizer? / que não apanhei ave alguma? / que fui eu a ficar apanhado nas tuas redes?
in 'Poemas de Amor do Antigo Egipto'


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