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Guimarães
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Inicio: 06-11-2014 Fim: 15-11-2014




           

23ª EDIÇÃO

GUIMARÃES JAZZ 2014

06 – 15 NOVEMBRO

 

QUINTA 06 NOVEMBRO / 22H00

CCVF / GRANDE AUDITÓRIO

DAVID MURRAY INFINITY QUARTET

 

SEXTA 07 NOVEMBRO / 22H00

CCVF / GRANDE AUDITÓRIO

James Carter Organ Trio

 

SÁBADO 08 NOVEMBRO / 17H00

PAC / BLACK BOX

Adrián Oropeza Trio

 

SÁBADO 08 NOVEMBRO / 22H00

CCVF / GRANDE AUDITÓRIO

Theo Bleckmann: Hello Earth The Music of Kate Bush

 

DOMINGO 09 NOVEMBRO / 17H00

CCVF / GRANDE AUDITÓRIO

BIG BAND, ENSEMBLE DE CORDAS E CORO DA ESMAE

MÚSICA E DIREÇÃO DE REUT REGEV E TAYLOR HO BYNUM

 

DOMINGO 09 NOVEMBRO / 22H00

PAC / BLACK BOX

PROJETO GUIMARÃES JAZZ / PORTA JAZZ

 

QUARTA 12 NOVEMBRO / 22H00

CCVF / GRANDE AUDITÓRIO

REUT REGEV, TAYLOR HO BYNUM, ADAM LANE, IGAL FONI

 

QUINTA 13 NOVEMBRO / 22H00

CCVF / GRANDE AUDITÓRIO

Uri Caine Trio

 

SEXTA 14 NOVEMBRO / 22H00

CCVF / GRANDE AUDITÓRIO

LEE KONITZ QUARTET

 

SÁBADO 15 NOVEMBRO / 22H00

CCVF / GRANDE AUDITÓRIO

Trondheim Jazz Orchestra, Eirik Hegdal & Joshua Redman

O Guimarães Jazz completa em 2014 a 23ª etapa de uma longa história de divulgação do jazz ao público português, confirmando-o como um caso raro de longevidade, persistência e capacidade de implantação na muitas vezes instável e precária paisagem cultural nacional, e afirmando-o simultaneamente como um evento no qual se conseguem construir pontes temporais, estéticas e geográficas.

 

Numa época em que as palavras “inovação” e “mudança” parecem ter-se instalado em definitivo no léxico do discurso contemporâneo, o Guimarães Jazz surge, um pouco em contraciclo, como um pólo agregador de estabilidade, respeito pela história e tradição da música e convicção nos valores que nos guiaram desde o início deste trajeto; no entanto, o festival é também, num ambiente cultural em que a resposta perante a incerteza e o desconhecido redunda muitas vezes no cavar de trincheiras e no isolamento do sujeito nos espaços dogmáticos das respostas imutáveis, um lugar de celebração da liberdade e que assume o risco de enfrentar a multiplicidade de caminhos e possibilidades que marcam a arte do presente.

 

O programa do Guimarães Jazz 2014 é o reflexo de uma identidade alicerçada e consolidada no compromisso entre tradição e vanguarda, rutura e citação. O equilíbrio do alinhamento dificulta a escolha dos elementos em destaque, pelo que é a força e a coerência deste conjunto de propostas o elemento a reter desta edição. O festival volta novamente a apresentar um programa composto quase exclusivamente de nomes nunca antes apresentados no Guimarães Jazz – a exceção é o incontornável pianista Uri Caine, que faz a sua terceira aparição no festival (depois de um concerto com ensemble a interpretar as “Variações Goldberg” de Bach, em 1999, e um outro a solo em 2001), apresentando-se agora em trio. Teremos também a honra de ter pela primeira vez o histórico saxofonista Lee Konitz, o extraordinário Theo Bleckmann num estranho e desafiante projeto de interpretação das canções de Kate Bush, bem como os plenamente afirmados nomes no universo jazzístico de David Murray, James Carter e Joshua Redman, este último como solista da Trondheim Jazz Orchestra.

 

O Guimarães Jazz volta também a apresentar as já habituais atividades paralelas, entre as quais as jam sessions e os workshops (dirigidos este ano por Reut Regev, o reputado cornetista Taylor Ho Bynum, Adam Lane e Igal Foni), e mantendo a frutuosa relação que tem vindo nos últimos anos a desenvolver com a ESMAE. É importante, porém, mencionar que 2014 marca o fim da colaboração com a editora TOAP e o início de uma parceria coma associação portuense Porta Jazz que vem reafirmar a vocação do festival enquanto plataforma de visibilidade e promoção do jazz português, e dos músicos mais jovens em particular.

 

O jazz é o ponto de partida deste grande evento cultural, mas não a sua fronteira última. O Guimarães Jazz pretende ser um espaço de acolhimento e expressão de diversas linguagens musicais e, nesse sentido, um detonador de reflexões sobre o que significa fazer música e arte no convulsivo mundo de hoje e em face do enigmático horizonte de um futuro por vir.

 

Ivo Martins

 

QUINTA 06 NOVEMBRO / 22H00

CCVF / GRANDE AUDITÓRIO

DAVID MURRAY INFINITY QUARTET

 

David Murray (n. 1955, Oaklahoma, EUA) é um prolífico e multifacetado músico (os seus instrumentos preferenciais são o saxofone tenor e o clarinete baixo) e compositor, cuja obra, composta por cerca de duzentos álbuns, entre os quais mais de cento e trinta em seu nome próprio, demonstra uma abordagem eclética e vanguardista do jazz, exprimida não apenas em termos das linguagens musicais que nela confluem mas também pelo facto de se aventurar por outros territórios artísticos como o cinema, a dança, o teatro e a ópera.

Murray foi decisivamente influenciado, no período da sua infância e adolescência, pelo efervescente ambiente político dos anos sessenta (mais tarde viria a participar num tributo a Emory Douglas, lendário ilustrador e dirigente influente dos Black Panthers) e pelo não menos explosivo e criativo contexto do jazz dessa época, onde pontificavam, entre outros, lendários saxofonistas como Albert Ayler e John Coltrane. Em 1975, muda-se para Nova Iorque, à procura da sua afirmação como músico. Após um breve período de introdução à cena nova-iorquina, em que integrou a Ted Daniels’ Energy Band, ao lado, entre outros, de Lester Bowie, Murray funda o World Saxophone Quartet, formação que lhe permitiu rapidamente o reconhecimento do público e da comunidade do jazz. A sua estreia discográfica (“Flowers for Albert”, 1976) é reveladora da sua identidade artística à época, uma linguagem musical ancorada nas características estilísticas mais reconhecíveis e fundamentais do free jazz, embora demonstre já um músico em busca do seu próprio idioma e identidade. Nos anos subsequentes, o saxofonista envolveu-se numa miríade de colaborações com, entre outros, nomes como Max Roach, Randy Weston, Elvin Jones e Jerry Garcia, da banda de rock Grateful Dead. O percurso de Murray é, nas décadas de 80 e 90, marcado pela exploração de experiências artísticas da maior diversidade (colaborações em cinema, teatro e dança) e também por uma contínua produção em nome próprio na qual reafirma a sua vinculação ao jazz de vanguarda e começa a introduzir influência da world music, o que lhe valeu o reconhecimento como um do grandes representantes movimento do “Pan-Africanismo” no jazz. Murray’s Steps (1982), considerada a sua obra-prima, é gravado nesta fase, ao lado de músicos como Henry Threadgill e Butch Morris. De entre os seus projetos mais recentes, podemos destacar, pelo seu carácter idiossincrático, a composição de duas óperas (“The Blackamoor of Peter the Great”, a partir de poemas de Pushkin, e “The Sysiphus Revue”), o Black Saint Quartet com Cassandra Wilson e a colaboração com a cantora pop/soul Macy Gray em diversos projetos. Em todos eles podemos encontrar as características que fazem de Murray um músico singular na paisagem do jazz contemporâneo: o ecletismo musical e artístico, bem como a contínua afirmação dos princípios basilares do jazz, e particularmente do bebop e free jazz, em confluência com outros estilos musicais.

O Infinity Quartet que, este ano, inaugura a edição do Guimarães Jazz 2014 é uma banda fundada em 2013 e integra três excecionais instrumentistas do jazz contemporâneo: Nasheet Waits, na bateria, Jaribu Shahid no contrabaixo e Orrin Evans no piano (em substituição de Marc Cary, da formação original). Nesta, Murray, que vive atualmente em Sines, explora as raízes do jazz americano, explorando e redescobrindo a sua modernidade musical.

 

David Murray saxofone tenor

Orrin Evans piano

Jaribu Shahid contrabaixo

Nasheet Waits bateria

 

 SEXTA 07 NOVEMBRO / 22H00

CCVF / GRANDE AUDITÓRIO

James Carter Organ Trio

 

James Carter (n. 1969, Detroit) é um virtuoso saxofonista, clarinetista e flautista norte-americano considerado, a par de Wynton Marsalis, um dos grandes instrumentistas da sua geração. Alicerçado na tradição do jazz do século XX, o estilo de Carter expressa uma abordagem pós-modernista do passado, presente e futuro do jazz na qual se intersectam não apenas o jazz mas também o blues, o funk e múltiplos outros elementos pertencente à cultura afro-americana.

O impacto na cena musical resultante chegada de Carter a Nova Iorque, onde acabaria por se fixar, foi imediato. Apesar da sua juventude, o saxofonista começa a tocar com o já mencionado Wynton Marsalis e integra o novo quinteto de Lester Bowie. A visibilidade proporcionada por esta fulgurante ascensão no meio jazzístico permitiu-lhe iniciar, ainda na primeira metade da década de 90, um intenso e prolífico trajeto em nome próprio, inaugurado em 1993 com o disco “JC on the Set”, ao mesmo tempo que colaborava com músicos como Herbie Hancock e Rodney Whitaker. O período seguinte é marcado por dois álbuns dedicados a dois nomes lendários do jazz: o guitarrista Django Rheinhardt (“Chasin the Gipsy”, 2000) e Billie Holyday (“Gardenias for Lady Day”, 2003), que lhe valeram um amplo reconhecimento por parte da crítica e do público. A carreira de James Carter tem evoluído num turbilhão de enérgica actividade criativa, enveredando o saxofonista por projetos tão distintos como a Charles Mingus Big Band ou os Tough Young Tenors e colaborando com músicos com registos estilísticos tão diversos como Madeleine Peyroux, Cyrus Chestnut, John Medesky, Joey Baron e, mais recentemente, o compositor clássico Robert Sierra, com quem gravou o aclamado “Caribbean Rhapsody”.

O James Carter Organ Trio foi fundado por James Carter em conjunto com o organista Gerard Gibbs e o baterista Leonard King Jr., todos eles músicos originários de Detroit. A primeira fase deste grupo de jazz pulsante conheceu a sua primeira encarnação durante a primeira década dos anos 2000, do qual resultou a gravação de um álbum ao vivo (“Out of Nowhere”, 2004), que contou com a participação especial do saxofonista Hamiet Bluiett e do guitarrista James “Blood” Ulmer. Após um período de interregno, o Organ Trio edita “At the Crossroads” (2011), um álbum estúdio, o qual exprime um jazz orgânico e emotivo mergulhado nas raízes da música americana. O jogo estilístico deste trio resulta da combinação entre três vozes distintas que, não obstante, falam uma linguagem comum e montam um harmonioso discurso musical baseado em propósitos artísticos comuns. Situada numa posição de equidistância entre, por um lado, os movimentos estéticos de vanguarda e, por outro, o neo-conservadorismo de certas correntes jazz contemporâneo, a música do James Carter Trio é simultaneamente uma celebração e uma tentativa de síntese criativa dos múltiplos elementos culturais e artísticos presentes nas encruzilhadas a partir a partir das quais floresceu cultura norte-americana do século passado.

 

James Carter saxofone

Gerard Gibbs Hammond B3

Leonard King Jr. bateria

 

SÁBADO 08 NOVEMBRO / 17H00

PAC / BLACK BOX

Adrián Oropeza Trio

 

Adrián Oropeza é, atualmente, um dos nomes emergentes do jazz mexicano, cujo trabalho tem vindo a merecer progressivo reconhecimento internacional em razão da singularidade da sua linguagem musical e estilo composicional, caracterizado sobretudo pela fusão do jazz com as sonoridades tradicionais da América Latina, nomeadamente do México e da Bolívia.

Formado pela Escola Superior de Música do México, este baterista iniciou a sua carreira ao lado de nomes importantes da música Mexicana como Álvaro López, Hernan Hecht e, sobretudo, com Polo Pávon, com quem colaborou em diversos projetos artísticos. O interesse pela pesquisa e estudo das músicas de raiz popular latino-americanas tornou-se, a partir de certo momento, o elemento fundamental e a base do desenvolvimento do seu trabalho criativo mais pessoal como instrumentista e compositor. Oropeza integrou o grupo Takesi, cuja sonoridade se baseia na fusão da música tradicional da Bolívia com o funk e o jazz modernos, e editou dois álbuns com o seu trio, “Texturas” (2009) e “Mezcal” (2011), nos quais mergulhou a fundo na música folclórica mexicana.

O Adrián Oropeza Trio foi fundado em 2006 e concebido por Oropeza como uma formação jazzística clássica (bateria, piano e contrabaixo) na qual o jazz assume, nas suas diversas variantes idiomáticas (bebop, hardbop, baladas, etc.), uma maior centralidade. Explorando criativamente a matriz tradicional do jazz, este trio não deixa de usar esse género como matéria na qual possam ser incorporados os elementos rítmicos e melódicos da música tradicional latino-americana, atingindo assim altos níveis de expressividade artística. O Adrián Oropeza Trio tem formações variáveis, tendo por ele passado instrumentistas como Abraham Barrera e Agustín Bernal, entre outros, uma vez que a intenção de Oropeza é a de proporcionar um ambiente e um contexto musical inclusivo e desafiante que possa potenciar os estilos pessoais de cada músico.

No concerto que apresentamos nesta edição do Guimarães Jazz, o baterista estará acompanhado pelo pianista Gustavo Mezo e pelo reputado contrabaixista francês Jean Bardy.

 

Adrián Oropeza bateria

Gustavo Mezo piano

Jean Bardy contrabaixo

 

SÁBADO 08 NOVEMBRO / 22H00

CCVF / GRANDE AUDITÓRIO

Theo Bleckmann: Hello Earth The Music of Kate Bush

 

Theo Bleckmann (n. 1966, Dortmund, Alemanha) é um prestigiado vocalista e compositor cuja extraordinária versatilidade e impressionante capacidade técnica lhe tem permitido construir uma carreira obra de inquestionável relevância e integridade artísticas. Protagonista de incursões em territórios musicais tão díspares entre si como a música de cabaret berlinense, os standards de jazz e a obra do compositor modernista norte-americano Charles Ives, Bleckmann colaborou, ao longo dos últimos vinte anos, com nomes seminais da música contemporânea como Laurie Anderson, Anthony Braxton, Steve Coleman, Joh Zorn, Uri Caine, John Hollenbeck e, sobretudo, a incontornável Meredith Monk, com quem manteve uma intensa relação de trabalho ao longo de mais de uma década. A sua obra mostra-nos, acima de tudo, um músico que encara o jazz é apenas a porta de entrada para um cosmos artístico no qual os diferentes estilos musicais confluem para compor um idioma expressivo universal.

Residente em Nova Iorque desde 1989, Bleckmann afirmou-se na cena jazzística norte-americana por via de um trajeto pessoal que não evita riscos nem faz concessões de gosto, mantendo sempre altíssimos níveis de exigência. Sem nunca se posicionar num território estético definido, e oscilando permanentemente entre universos mais vinculados ao experimentalismo e à criação contemporânea e por outro lado, projetos em que assume vincadamente uma vontade de releitura da memória da música do século passado, este vocalista e compositor é alguém interessado, acima de tudo, na comunicação e transfiguração das emoções através da música e da miríade de possibilidades expressivas que ela oferece. Os exemplos concretos de manifestação desta exuberância criativa são inúmeros: desde projetos a solo inspirados na Arte Povera italiana dos anos sessenta (o álbum “I Dwell in Possibility”, 2010, na reputada editora Winter & Winter), até à colaboração com a companhia de dança de Merce Cunningham, passando pelo projeto de revisitação das composições de Charles Ives com o grupo de jazz/rock Kneebody e pela colaboração com Uri Caine, em que se transpõe o reportório clássico para o jazz. Músico idiossincrático e performer singular, Bleckmann é um artista insaciável em quem se sente uma vontade indómita de estar à altura das exigências do contemporâneo e em captar musicalmente a essência do tempo em que vive.

Este projeto de Bleckmann que apresentamos no Guimarães Jazz é consonante com esse espírito de liberdade que é transversal a todo o percurso de Bleckmann. “Hello Earth” é uma proposta de reinterpretação das canções de Kate Bush, o qual deu origem, em 2011, a um muito aclamado álbum homónimo. Nele, o vocalista e compositor alemão, em parceria com John Hollenbeck, mergulha na obra da cantautora britânica, recriando através dela uma atmosfera onírica, hipnótica e assombrada no qual o jazz não se sobrepõe a nenhum outro idioma musical. A capacidade expressiva e o virtuosismo vocal de Bleckmann, conjugados com uma formação de instrumentistas de excelência e onde figuram músicos como Henry Hey e Caleb Burhans, criam um espetáculo de características únicas no qual se alcança plenamente a sublimação da universalidade das composições originais de Kate Bush, esperando-se assim um concerto absolutamente memorável.

 

Theo Bleckmann voz, processador de voz eletrónico, toy piano, glockenspiel, caxixi

Henry Hey piano, sintetizador minimoog, piano Fender Rhodes, harpsichord, voz

Skúli Sverrisson baixo elétrico, voz

Caleb Burhans violino elétrico, guitarra elétrica, voz

Ben Wittman bateria

 

 DOMINGO 09 NOVEMBRO / 17H00

CCVF / GRANDE AUDITÓRIO

BIG BAND, ENSEMBLE DE CORDAS E CORO DA ESMAE

MÚSICA E DIREÇÃO DE REUT REGEV E TAYLOR HO BYNUM

 

Na edição do Guimarães Jazz 2014 mantém-se a proposta de residência em trabalho de colaboração entre os alunos da ESMAE e os dois compositores que os dirigirão, numa semana intensiva de ensaios que proporciona a músicos muito jovens uma experiência de contacto com um universo profissional de elevada exigência, um projeto que permite dar sequência a uma vertente mais vincadamente pedagógica que o Guimarães Jazz desde há muitos anos assume como prioritária e fundamental para a sua consolidação. Este formato favorece a proximidade entre universos musicais distintos (o jazz e a música clássica) e proporciona aos músicos envolvidos uma experiência de confluência de linguagens e abordagens, algo que contribui também para a reafirmação da absoluta contemporaneidade do jazz no contexto da música atual.

Este ano, os convidados para este projeto são a trombonista Reut Regev e o cornetista Taylor Ho Bynum, dois músicos emergentes da atual cena jazzística de Nova Iorque e que têm em comum o facto de possuírem uma visão musical que se estende para além das fronteiras do jazz, integrando nela elementos e sonoridades com as mais heterogéneas proveniências, embora sempre com enfoque nas linguagens contemporâneas. Das suas composições podemos esperar uma ampla liberdade formal e estruturas heterodoxas, pelo que o desafio a enfrentar pelos alunos da ESMAE será certamente estimulante.

 

Big Band, Ensemble de Cordas e Coro da ESMAE

Direção Reut Regev e Taylor Ho Bynum

Com Adam Lane e Igal Foni

 

DOMINGO 09 NOVEMBRO / 22H00

PAC / BLACK BOX

PROJETO GUIMARÃES JAZZ / PORTA JAZZ

 

A edição do Guimarães Jazz 2014 é marcada pelo fim da longa e frutuosa parceria com a editora Tone of a Pitch e o início da colaboração entre o festival e a Associação Porta Jazz, mantendo-se, porém, a matriz original do projeto, centrada na divulgação do trabalho dos músicos de portugueses, em particular dos mais jovens. A Porta Jazz é um coletivo portuense que agrega alguns dos mais ativos músicos de uma geração que começa agora o seu processo de afirmação no contexto da música portuguesa. Orientado para a promoção dos projetos dos seus próprios membros, seja através de edições discográficas, seja mediante a organização de concertos, esta associação funciona como pólo dinamizador da cena jazzística do Porto, estendendo também a sua atividade a zonas mais periféricas do país.

Nesta primeira etapa de colaboração entre o Guimarães Jazz e a Porta Jazz apresentamos o projeto “Impermanence”, liderado pela trompetista Susana Santos Silva e desenvolvido num formato de residência em conjunto com o contrabaixista sueco Torbjorn Zetterberg, a artista norte-americana Maile Colbert, o pianista Hugo Raro, o saxofonista João Pedro Brandão e o baterista Marcos Cavaleiro. Esta proposta tem a intenção introduzi na música elementos visuais e performáticos, criando um espetáculo híbrido e multidisciplinar. A sua intenção principal é gerar novos e inesperados processos composicionais e propiciando a expansão da música além das fronteiras do jazz mais convencional.

Susana Santos Silva é trompetista, cofundadora da Porta Jazz e membro da Orquestra de Jazz de Matosinhos, no contexto da qual já trabalhou com músicos altamente reputados como Lee Konitz, Chris Cheek, Maria Schneider, entre outros. O início do seu percurso artístico é marcado pela edição do seu primeiro muito elogiado álbum como líder de formação (“Devi’s Dress”, TOAP Records, 2011) e pelo trabalho com o seu trio LAMA (com Gonçalo Almeida e Greg Smith). Desde aí, tem mantido uma intensa atividade, tanto ao vivo como em estúdio, colaborando com músicos provenientes do jazz, como André Fernandes ou Tobjorn Zetterberg, ou em contextos mais ligados à música improvisada, como é o caso do projeto SSS-Q que mantém com o baterista Jorge Queijo.

Tobjorn Zetterberg é um contrabaixista sueco que, apesar da sua relativa juventude, apresenta já uma longa e consolidada carreira em nome próprio, sendo disso prova uma já extensa discografia, tanto a solo como colíder (ao lado de músicos como Ivo Perleman ou Jonas Kullhammar). Colaborou, ao longo dos anos, com Carlos Garnett, Sonny Fortune e Benny Golson, entre outros.

João Pedro Brandão é um dos mais destacados saxofonistas da sua geração. Integra a Orquestra de Jazz de Matosinhos e é fundador da Porta Jazz. Do seu trabalho é importante destacar o projeto “Coreto”, um grupo de onze músicos liderado por Brandão e cujo álbum de estreia “Aljamia” recebeu amplo reconhecimento crítico.

Hugo Raro é um proeminente pianista do Porto, cúmplice habitual dos projetos que gravitam em torno do núcleo de músicos associados à Porta Jazz, tendo colaborado também com a banda Kiko And The Refugees e no projeto Baba Mongol. Trabalha frequentemente para teatro, sendo de destacar a sua participação no espetáculo “A Ópera de Todos”; apresentado no âmbito da Guimarães 2012 – Capital Europeia da Cultura.

Marcos Cavaleiro é um baterista emergente da cena jazzística portuguesa e também membro da Orquestra de Jazz de Matosinhos. Já colaborou com Perico Sambeat, Mário Laginha, Bernardo Sassetti e Jeff Davis, entre outros. É, atualmente, membro do projeto “Box” de André Fernandes e do Quarteto liderado pelo contrabaixista Demian Cabaud.

Maile Colbert é uma artista intermédia e designer sonora. Foi colaboradora da associação Binaural e é diretora da Cross The Pond, uma organização de intercâmbio cultural entre os EUA e Portugal. Participa regularmente em exposições em todo o mundo e editou dois álbuns, entre os quais “Come Kingdom Come” (2012), uma ópera experimental inspirada na teoria do apocalipse e da catástrofe.

 

Susana Santos Silva trompete

João Pedro Brandão saxofone

Hugo Raro piano

Torbjorn Zetterberg contrabaixo

Marcos Cavaleiro bateria

Maile Colbert vídeo e som

QUARTA 12 NOVEMBRO / 22H00

CCVF / GRANDE AUDITÓRIO

REUT REGEV, TAYLOR HO BYNUM, ADAM LANE, IGAL FONI

 

A formação que nesta edição do Guimarães Jazz terá a responsabilidade de condução das jam sessions e workshops é liderada por Reut Regev e inclui instrumentistas de exceção como Taylor Ho Bynum, Adam Lane e Igal Foni.

Reut Regev é uma trombonista e compositora Israelita é uma das figuras emergentes da cena musical nova-iorquina da atualidade. Após um período de formação e ainda em Israel, Regev colabora com instrumentistas ligados ao circuito da música improvisada, ao mesmo tempo que atua em alguns dos palcos mais prestigiados do jazz de Israel. Mais tarde, muda-se definitivamente para Nova Iorque, onde encontra muito naturalmente o seu lugar, tocando, tanto ao vivo como em estúdio, ao lado de figuras incontornáveis da música contemporânea como Anthony Braxton, Dave Douglas, Butch Morris e Elliott Sharp. O período de intensa aprendizagem que resultou do facto de haver tocado intensamente em formações ou projetos com músicos de nível mundial, preparou a trombonista para se dedicar quase exclusivamente aos seus projetos pessoais, nomeadamente aquele que mantém com o seu marido e cúmplice musical de longa data Igal Foni, denominado R*time. Neste, Regev e Igal colaboram com diversos músicos da cena nova-iorquina na criação de uma música sincrética e exuberante com origem no jazz e que, no entanto, se expande num fértil caleidoscópio de idiomas e estilos.

Taylor Ho Bynum é considerado pela crítica especializada um dos grandes músicos da sua geração e um dos que mais tem contribuído para a renovação do jazz. Compositor, cornetista e intrépido improvisador, Ho Bynum estudou música com o trombonista Bill Lowe e, posteriormente, com Anthony Braxton, com quem viria depois a gravar em dois álbuns. O seu percurso tem revelado um músico interessado em expressar-se em inúmeras linguagens musicais (free jazz, música improvisada e composição erudita contemporânea) e em aventurar-se por diversos outros territórios artísticos, tais como o cinema e a dança. Além dos seus projetos como compositor e líder de formação (o seu Sexteto e a banda 7-tette, entre outros), toca regularmente em coletivos de improvisação e, ao longo da sua ainda curta carreira, colaborou com nomes lendários do jazz como Bill Dixon, Cecil Taylor e Wadada Leo Smith.

Adam Lane é um exímio contrabaixista americano que tem vindo a ser aclamado como um dos mais inventivos improvisadores do jazz contemporâneo. O seu percurso de formação, com músicos como Anthony Braxton, Wadada Leo Smith, Stockhausen e o magistral contrabaixista recentemente falecido Stefano Scodanibbio, é revelador de uma identidade musical heterogénea mas claramente identificada com as estéticas da contemporaneidade. O elenco de colaborações (com o saxofonista John Tchicai e o mundialmente famoso Tom Waits são apenas dois exemplos) de Adam Lane é revelador do seu ecletismo. Do seu trabalho enquanto líder de formação podemos destacar o projeto 4 Corners (coliderado pelo incontornável Ken Vandermark) e a Full Throttle Orchestra, e, a solo, o contrabaixista editou um álbum (“New Magical Kingdom, 2006) que foi incluído no guia de jazz dos 1001 melhores discos de jazz de sempre da prestigiada editora Penguin.

Igal Foni, talvez o menos conhecido deste grupo de instrumentistas, é um baterista israelita. O seu trajeto artístico é marcado pela relação de intensa cumplicidade e parceria criativa com a trombonista Reut Regev, com quem partilha diversos projetos, entre os quais a formação R*time, além de colaborações esporádicas com músicos da cena do jazz de Nova Iorque.

Desta formação composta por extraordinários instrumentistas poder-se-á esperar um concerto de música sofisticada e de permanente busca de sonoridades contemporâneas, na qual os momentos de composição estruturada serão constantemente intersectados e complementados por desafiantes movimentos de improvisação e construção musical em tempo real.

 

Reut Regev trombone

Taylor Ho Bynum corneta

Adam Lane contrabaixo

Igal Foni bateria

 

QUINTA 13 NOVEMBRO / 22H00

CCVF / GRANDE AUDITÓRIO

Uri Caine Trio

 

Uri Caine (n. 1956) é um dos mais influentes pianistas da atualidade. A sua linguagem musical altamente pessoal, baseada numa matriz de transposição e eclética reinterpretação da composição clássica para e através do jazz, e o trajeto da sua obra, marcado por uma absoluta integridade artística, valeram a este pianista e compositor tornar-se muito justamente uma das figuras mais respeitadas da música contemporânea.

Natural de Filadélfia, EUA, Caine começou, após um período de formação em música clássica e jazz, a sua carreira tocar com músicos da cena jazzística local, embora tenha ganho apenas real notoriedade já depois da sua mudança para Nova Iorque com a edição do seu primeiro álbum em nome próprio, “Sphere Music” (1992), o qual conta com a participação especial de Don Byron, revelando uma abordagem caleidoscópica ao jazz por parte de um compositor num primeiro inaugural momento de definição de identidade musical. A partir daí, Caine manteve uma impressionante regularidade de edição discográfica (a solo, em grande ensemble, em colaboração com outros músicos ou banda, como o projeto de fusão intitulado Bedrock). Da sua discografia é importante destacar as suas reinterpretações jazzísticas do reportório clássico (Bach, Wagner, Mahler, Mozart, entre outros, e, mais recentemente, Vivaldi, com Theo Bleckmann), em particular as “Goldberg Variations”, que lhe granjearam não apenas o reconhecimento crítico mas também a aclamação do público. Ao longo da sua carreira, o pianista colaborou com grandes nomes da música como o já mencionado Don Byron, Dave Douglas, Arto Lindsay, John Zorn, Han Bennink e até o mítico grupo marroquino Master Musicians of Jajouka.

O Guimarães Jazz tem a honra de contar com a presença de Uri Caine pela terceira vez desde o seu início, após uma aparição em grande ensemble e uma outra num concerto memorável a solo. Nesta edição apresentaremos o seu trio, ao lado do contrabaixista Mark Helias e do baterista Clarence Penn. Helias é um extraordinário instrumentista e também compositor associado às tendências de vanguarda do jazz norte-americano. Notabilizou-se com a sua formação BassDrumBone (com o trombonista Ray Anderson e o baterista Gerry Hemingway) e tem colaborado, ao longo dos anos, com alguns dos maiores nomes da música contemporânea. Penn, por seu turno, é um dos mais requisitados bateristas da atualidade e um versátil baterista, cujo domínio dos diferentes estilos e idiomas musicais lhe permitiram construir uma carreira de grande fulgor como sideman ao lado de figuras como Michael Brecker, Dave Douglas, Wynton Marsalis e Maria Schneider, entre muitos outros.

A música Uri Caine Trio é feita da confluência de sensibilidades musicais distintas que encontram o seu denominador comum na atenção profunda devotada à música que criam, independentemente dos seus géneros e estilos, e, com esta formação, certamente que a visionária e pós-modernista linguagem criativa de Uri Caine encontrará intérpretes à sua altura, permitindo que ela emerja em todo o seu esplendor.

 

Uri Caine piano

Clarence Penn bateria

Mark Helias contrabaixo

 


SEXTA 14 NOVEMBRO / 22H00

CCVF / GRANDE AUDITÓRIO

LEE KONITZ QUARTET

 

Lee Konitz (n. 1927, Chicago, EUA) é, hoje em dia, uma figura quase lendária do jazz e um dos mais influentes músicos do nosso tempo. O seu estilo idiossincrático e a forma inovadora como desde muito cedo abordou o seu instrumento, o saxofone, conferiram-lhe um estatuto ímpar no jazz e, aos 87 anos, Konitz tem um lugar reservado na história desta música.

Foi em Nova Iorque, onde chegou no auge do bebop, que se começou a desenhar o percurso deste saxofonista, que, sob a influência do pianista e seu mentor Lennie Tristano, desde muito cedo se empenhou em desenvolver um registo pessoal no uso do seu instrumento, muito mais introspetivo e harmonicamente esparso do que era habitual no jazz em voga, onde pontificavam nomes como os de Charlie Parker e Dizzy Gillespie. O seu primeiro grande momento de afirmação dá-se com a sua inclusão no noneto de Miles Davis que viria a gravar o seminal “Birth of The Cool”, lançado em 1957. A década de 50 será um período crucial de afirmação de Konitz, que começa a tocar e a gravar como líder de formação e sideman Chet Baker, Martial Solal e o já mencionado Lennie Tristano, entre outros. Ao longo dos anos, o virtuoso saxofonista manteve uma impressionante intensidade de trabalho, gravando álbuns consecutivos, o que lhe permitiu apurar o seu estilo, afastando-se progressivamente do cool e desenvolvendo uma identidade musical muito própria e um registo melódico que, apesar do seu virtuosismo, pode ser caracterizado como cerebral, contido e centrado nas subtilezas tonais. A sua série de duetos, gravados em 1967 e editados em 1967, é considerada a sua obra-prima e a obra em que mais clara e precisamente Konitz exprime a sua visão musical e artística, o que é ainda mais notável se considerarmos o facto de que o fez através de uma formação, o dueto, que à época era muito invulgar e pouco explorada. A décadas de 70, 80 e 90 confirmam o enorme dinamismo deste saxofonista, enquanto líder de formação e compositor e enquanto colaborar de músicos como Dave Brubeck, Ornette Coleman e Gerry Mulligan. Os anos mais recentes mostram-nos um Lee Konitz atento às mudanças no jazz e são um caso extraordinário de vitalidade artística, uma vez que, já com uma idade avançada, inicia uma série de colaboração com músicos de jazz contemporâneo e até experimental e vanguardista. Disso são exemplo as suas colaborações com músicos Brad Mehldau (num álbum ao vivo, “Live at Birdland”, de 2011, que junta também os recentemente falecidos Charlie Hayden e Paul Motian), Joey Baron e Bill Frisell (no projeto Enfants Terribles).

Neste concerto, Lee Konitz apresentar-se á em quarteto ao lado do pianista Florian Weber, do contrabaixista Jeremy Stratton e do baterista Georges Schuller, todos eles instrumentistas de uma nova geração do jazz. Muito além da mera presença em palco de uma figura histórica do jazz, este concerto oferecerá ao público a oportunidade assistir a um músico da dimensão de Konitz num processo contínuo inesgotável de reinvenção e questionamento musical que é um exemplo valioso e comovente para todos os amantes de música.

 

Lee Konitz saxofone alto

Florian Weber piano

Jeremy Stratton contrabaixo

Georges Schuller bateria

 


SÁBADO 15 NOVEMBRO / 22H00

CCVF / GRANDE AUDITÓRIO

Trondheim Jazz Orchestra, Eirik Hegdal

& Joshua Redman

 

O concerto de encerramento da edição do Guimarães Jazz 2014 apresentará a inovadora e prestigiada Trondheim Jazz Orchestra com o muito aclamado saxofonista norte-americano Joshua Redman como solista. Esta orquestra tem, ao longo dos últimos treze anos, feito um percurso sólido de afirmação no contexto jazzístico europeu mediante ambiciosos projetos envolvendo tanto os mais importantes músicos de jazz noruegueses como figuras de dimensão mundial como Chick Corea e Pat Metheny. A direção artística é protagonizada por Eirik Hegdal, um músico e compositor de uma nova geração do jazz da Noruega que, após um período de intenso envolvimento com a periférica mas estimulante cena jazzística daquele país, assumiu a responsabilidade de projetar a Trondheim Jazz Orchestra para patamares de maior exigência e estímulo artísticos. A colaboração com Redman surge, precisamente como um dos pontos altos do trajeto que tem vindo a ser percorrido.

Joshua Redman (n. 1969), filho do lendário saxofonista Dewey Redman, é um dos mais talentosos músicos de jazz surgidos nos últimos vinte e cinco anos, sendo disso prova a impressionante lista de nomes com quem colaborou ao longo da sua ainda relativamente curta carreira: Jack DeJohnette, Bill Frisell, Aaron Goldberg, Elvin Jones, Yo Yo Ma, Branford Marsalis, Paul Motian, John Scofield, os Rolling Stones, entre muitos outros. Formado em Harvard, Redman iniciou o seu percurso musical em Nova Iorque, onde, após ter sido galardoado com o prestigiante prémio da Thelenious Monk International Saxophone Competition, começa a tocar ao vivo e a gravar como sideman de alguns destes nomes já referidos e, em especial, com Pat Metheny. Dos seus projetos enquanto líder de formação podemos destacar o seu primeiro quarteto, que incluía Brad Mehldau, e com o qual gravou o álbum “Moodswing” (1994), a Elastic Band, praticante de uma sonoridade mais elétrica e dinâmica, e, mais recentemente, o álbum a solo “Back East” (2007) um projeto idiossincrático que conta com três secções rítmicas constituídas por músicos diferentes e no qual colaboram nomes como os de Joe Lovano, Chris Cheek, Christian McBride (um cúmplice de longa data de Redman) e que conta também com a participação especial do seu pai Dewey Redman. Em paralelo à sua carreira musical, Redman foi também diretor artístico da organização sem fins lucrativos SFJAZZ, dedicada ao ensino e à promoção do jazz.

O projeto de colaboração de Joshua Redman com a Trondheim Jazz Orchestra teve o seu primeiro capítulo por ocasião da apresentação de uma peça de Eirik Hegdal no Molde International Jazz Festival na qual o saxofonista participou como solista. O sucesso e os bons resultados dessa parceria levaram a que a orquestra e Redman se reunissem de novo para atuar ao vivo e gravar o álbum “Triads and More” (2010). Neste espetáculo que apresentaremos no Guimarães Jazz serão interpretadas as idiossincráticas e desafiantes composições de Hegdal, complementadas e enriquecidas pela enorme inventividade formal e o virtuosismo técnico do saxofone de Redman, oferecendo ao público uma música tão exploradora quanto vibrante e festiva.

 

Solista

Joshua Redman saxofone tenor e soprano

Direção Artística

Eirik Hegdal saxofones, composições, arranjos

Trondheim Jazz Orchestra

Trine Knutsen flauta

Stig Førde Aarskog clarinete

Eivind Lønning trompete

Stein Villanger trompa

Erik Johannessen trombone

Ola Kvernberg violino

Marianne Baudouin Lie violoncelo

Øyvind F. Engen violoncelo

Nils Olav Johansen guitarra

Ole Morten Vågan contrabaixo

Tor Haugerud bateria

David Solheim desenho de som

 

ATIVIDADES PARALELAS

 

SEGUNDA 03 A SÁBADO 15 NOVEMBRO

VÁRIOS LOCAIS DA CIDADE

ANIMAÇÕES MUSICAIS

 

Durante quinze dias, Guimarães vive ao ritmo do jazz. Se anda pela cidade, esteja atento. Poderá ser surpreendido a qualquer momento. Nestas animações, o jazz surge em contextos quotidianos menos previsíveis, procurando envolver a população naquele que é o principal festival da cidade. A música também invade as escolas secundárias e vai ao encontro daqueles que doutra forma não poderiam participar ou desfrutar do festival. Porque o Guimarães Jazz é de todos e para todos.

 

TERÇA 04 E QUARTA 05 NOVEMBRO / 21H30

CCVF / CAFÉ CONCERTO E PEQUENO AUDITÓRIO

ANDRÉ FERNANDES

CICLO HISTÓRIAS DE JAZZ EM PORTUGAL

 

SEGUNDA 10 E TERÇA 11 NOVEMBRO / 21H30

CCVF / CAFÉ CONCERTO E PEQUENO AUDITÓRIO

JOÃO PAULO ESTEVES DA SILVA

CICLO HISTÓRIAS DE JAZZ EM PORTUGAL

 

Histórias de Jazz em Portugal é um ciclo da autoria de António Curvelo e Manuel Jorge Veloso e coprodução do Hot Clube de Portugal e do Centro Cultural Vila Flor. Em novembro, as sessões 9 e 10 deste ciclo acontecem em Guimarães e coincidem com a 23ª edição do Guimarães Jazz. André Fernandes e João Paulo Esteves da Silva são os músicos-pivots convidados a protagonizar estas sessões.

Na 9ª sessão, na primeira noite (04 de novembro), André Fernandes conversa com os autores do ciclo sobre a sua carreira artística profissional e a cena atual do jazz em Portugal, com audição de música gravada. Segue-se um concerto por um combo da Academia Valentim de Carvalho, do Porto. Na noite seguinte (05 de novembro), é a vez dos músicos André Santos, Joel Silva e Susana Santos Silva falarem das suas próprias carreiras, das perspetivas atuais e futuras do jazz nacional e da obra e papel de André Fernandes, com audição de exemplos gravados. A sessão termina com “concerto carta branca” a André Fernandes no Pequeno Auditório do CCVF.

Na 10ª sessão (10 de novembro), João Paulo Esteves da Silva conversa com os autores do ciclo sobre a sua carreira artística profissional e a cena atual do jazz em Portugal, com audição de música gravada. Segue-se um concerto por um combo do Conservatório de Música de Jobra, de Albergaria-a-Velha. Na noite seguinte (11 de novembro), é a vez dos músicos Bruno Pedroso, Júlio Resende e Paulo Curado falarem das suas próprias carreiras, das perspetivas atuais e futuras do jazz nacional e da obra e papel de João Paulo Esteves da Silva, com audição de exemplos gravados. A sessão termina com “concerto carta branca” a João Paulo Esteves da Silva no Pequeno Auditório do CCVF.

 

QUINTA 06 A SÁBADO 08 NOVEMBRO / 24H00 / CONVÍVIO ASSOCIAÇÃO CULTURAL

QUINTA 13 A SÁBADO 15 NOVEMBRO / 24H00 / CCVF / CAFÉ CONCERTO

JAM SESSIONS

REUT REGEV, TAYLOR HO BYNUM, ADAM LANE, IGAL FONI

 

As jam sessions conferem ao Guimarães Jazz uma das suas facetas identificadoras. A componente de improvisação das jam sessions revela o lado mais informal do jazz, permitindo que o público menos conhecedor desta música a possa ouvir num ambiente mais direto e próximo dos músicos. Este ano, as jam sessions no Convívio Associação Cultural e no Café Concerto do CCVF serão protagonizadas por Reut Regev, Taylor Ho Bynum, Adam Lane e Igal Foni.

 

 

 

 

 

 

DOMINGO 09 NOVEMBRO

CCVF / GRANDE AUDITÓRIO

NO FINAL DO CONCERTO DA BIG BAND, ENSEMBLE DE CORDAS E CORO DA ESMAE

LANÇAMENTO DO CD “GUIMARÃES JAZZ/ TOAP COLETIVO”

 

No final do concerto da Big Band, Ensemble de Cordas e Coro da ESMAE, será lançada a edição discográfica da última colaboração entre o Guimarães Jazz e a editora portuguesa Tone of a Pitch (TOAP), que aconteceu na edição de 2013 do festival. Nessa edição do Guimarães Jazz, optou-se por convidar um músico português a reunir uma formação inédita para interpretar composições originais e atuar sob a sua direção. O nome escolhido foi o de João Guimarães, um valor emergente da nova geração do jazz português. Para este projeto, João Guimarães convocou jovens músicos emergentes da cena jazzística de Brooklyn com quem teve oportunidade de colaborar durante a sua passagem por Nova Iorque e com quem manteve uma relação de cumplicidade. O álbum agora apresentado não foi, ao contrário do que sucedeu nas edições anteriores, uma gravação ao vivo mas antes uma gravação em estúdio. Contidos e subtis, os temas presentes neste disco revelam uma visão artística que parte das coordenadas de um jazz post-bop e se expande por paisagens e espaços mais abstratos e líricos nas margens de todas as linguagens musicais contemporâneas, que revelam a procura pessoal por uma música sincrética e aurática que enfrenta um elemento de risco, mas que não abdica de trilhar o caminho da sua própria e irredutível singularidade.

 

DIAS 10, 11, 13 E 14 / 14H30-17H30

CENTRO CULTURAL VILA FLOR

OFICINAS DE JAZZ

REUT REGEV, TAYLOR HO BYNUM, ADAM LANE, IGAL FONI

 

As oficinas de jazz são uma oportunidade única de interação e troca de experiências. Tal como as jam sessions, são dirigidas pelos músicos residentes que se deslocam propositadamente dos E.U.A. a convite do festival, fixando-se em Guimarães durante duas semanas. Este ano, as oficinas de jazz são orientadas por Reut Regev (trombone), Taylor Ho Bynum (corneta), Adam Lane (contrabaixo) e Igal Foni (bateria).

 

Data limite de inscrição 05 de novembro

Nº máximo de participantes 15 por turma

Inscrição gratuita (sujeita ao pagamento de uma caução no valor de 25,00 euros que será devolvida no final das oficinas)

As inscrições poderão ser efetuadas no Centro Cultural Vila Flor ou no site www.ccvf.pt através do preenchimento do formulário disponível online.

 

 

 

 

Assinatura do Festival 90,00 eur (acesso a todos os concertos)

Assinatura 1ª semana 50,00 eur (acesso aos concertos de 06 a 09 de novembro)

Assinatura 2ª semana 50,00 eur (acesso aos concertos de 12 a 15 de novembro)

 

Venda de bilhetes www.ccvf.pt, oficina.bilheteiraonline.pt, Centro Cultural Vila Flor, Plataforma das Artes e da Criatividade, Multiusos e Complexo de Piscinas de Guimarães, Lojas Fnac, El Corte Inglés, Worten, Entidades aderentes da Bilheteira Online

 

 

Centro Cultural Vila Flor

Av. D. Afonso Henriques, 701

4810 431 Guimarães       

+351 253 424 700

geral@ccvf.pt

WWW.CCVF.PT

 

 
 
 
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