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Judith Owen & Pedro Segundo falaram antes de atuarem em Lisboa e Cascais em 5 e 6 abril
20-03-2019
 

José Duarte -  gostava  de saber se é jazz a Música que praticam e porquê?

 

Judith Owen – É uma fusão e inspirado no jazz. Eu cresci numa casa muito clássica:  o meu pai era cantor de ópera, mas ele era um muito incomum que também amava muito jazz. Então cresci a ouvir todos os grandes nomes do jazz e isso realmente influenciou o meu som, estilo e canto. É o que Pedro e eu temos em comum, vivemos em ambos os mundos e entendemos que as minhas músicas altamente emocionais e dinâmicas exigem disciplina e liberdade.

 

JD – um percussionista português com uma voz galesa cumo conheceu Judith? na Música?

 

Pedro Segundo – A Judith ouviu falar de mim através da colaboradora e violoncelista extremamente talentosa Gabriella Swallow em 2012, quando eu era o baterista no “Ronnie Scott’s” e também colaborava uma noite por mês chamada Classical Kicks, com a curadoria da violinista Lizzie Ball. https://www.youtube.com/watch?v=5h3_N69Vtp0

 

 

JD – que espera do público português nos clubes jazz ‘Cascais Jazz’ e ‘Fábrica Braço Prata’ ambos com público próximo do jazz?

 

JO  - Pedro mostrou-me muita música portuguesa incrível, especialmente Fado, então eu acho que as minhas músicas apaixonadas, sons e sensibilidades de jazz vão se conectar facilmente com o público. Comigo tudo é do coração e acho que é o núcleo da conexão.

 

JD – onde vive? porque saiu de Portugal? tem sucesso lá fora?

 

PS - Londres tem sido a minha base desde 2007, embora desde 2014 eu viaje em média durante 6 meses por ano com a Judith e a minha base varia mais ou menos entre Los Angeles, Nova Orleães (onde Judith me levou pela primeira vez em 2014) e Lisboa para trabalhar com o meu próprio conjunto de jazz ou orquestras ou com o último álbum de Júlio Resende, Cinderella Cyborg.

 

 

JO – este CD ‘RedisCOVERed’ com sua promoção é importante para si? tanto que a fez viajar dos USA para a Europa?

 

JO – Eu moro em Nova Orleães e Londres, então é mais fácil do que parece, mas essa é a vida de um músico que anda sempre em digressão: vives onde trabalhas. Além disso, já há algum tempo que queria tocar em Portugal. Não posso acreditar que demorei tanto e tenho que agradecer ao Pedro por ser o incentivo. Vou a Portugal, trabalho em Londres durante uma semana e depois volto para tocar no New Orleans Jazz Fest. Viagem louca mas adoro isso

 

 

JD – conhece ‘mundo’ jazz português? bateristas por exemplo António Frazão nascido no Brasil mas que já fala português? e Luís Candeias? e José Salgueiro?

 

PS – Estou muito consciente da cena jazzística portuguesa, já que influenciou-me e moldou quem eu sou hoje como músico. Lembro-me de um intenso curso de verão no Taller de Musics, em Barcelona, ​​em 2003, para voltar a Lisboa e seguir Alexandre Frazão e Bruno Pedroso em todos os sítios onde atuavam. Ambos foram e são uma grande referência para mim e para muitos músicos em Portugal. José Salgueiro, que tenho a honra de chamar de amigo, também me apoiou e dedicou muito do seu tempo para cultivar o meu talento, além de ser sempre humilde para querer que eu compartilhasse com ele o que eu aprendi com a minha educação clássica. e as minhas experiências gerais em Londres. Ele adora a banda que eu co-fundei chamada Kansas Smitty’s, que tem a sua própria casa e bar no leste de Londres. Ele é uma verdadeira lenda para mim. Há tantos novos bateristas desde que saí em 2007 e todos eles tão especiais por si só, incluindo Luis Candeias.

 

 

JD – considera-se jazz singer? distingue vozes negras das brancas?

 

JO – Absolutamente .. Eu escutei Ella Fitzgerald enquanto crescia e sempre amei a sua habilidade de cantar a melodia, para contar a história e quebrar o seu coração, e depois voar como um pássaro cantar de uma forma que emociona até ao nosso núcleo. É essa mistura que eu aspiro em todas as performances ... para servir a música e assumir esses riscos.

 

JD – nos USA vive em Santa Mónica cidade onde Miles Davis morreu… jazz é diferente na California em Los Angeles na West  Coast do tocado na East Coast em NYC? how and why?

 

JO – Na verdade, eu passo menos tempo lá, pois estou em Nova Orleães, onde a música jazz nasceu e ainda é o que alimenta a vida É por isso que nos mudamos para lá. Eu escrevo e gravo lá e geralmente absorvo a música que é tão rica e pura e está em todos os lugares que você vai. E depois tem a comida

 

JD – já tocou em Lisboa? com quem toca lá fora? com Judith e…? com apenas 2 em palco num dueto cumo o com Judith ambos correm alto risco…  ou não? cumo farão vossa Música?

 

PS – Eu amo o meu país e considero-me um embaixador não oficial. Eu nunca virei as costas a isso e sempre fiz questão de voltar regularmente, além de manter uma agenda muito preenchida em Londres, bem como no cenário internacional. Judith e eu como dupla é uma força de poder que tem que ser vivida ao vivo. O José vai confirmar o que estou a dizer quando nos ver ao vivo Tem de ir assistir. Curiosamente, Duo é um formato que eu amo tanto que, na verdade, além de tocar bateria / percussão com a cantora e compositora única que é Judith Owen, nos dias 4,5 e 6 de abril, também estarei no CCB no dia 4 de maio com meu duo Hammond Organ and Drums. Judith foi ao seu lançamento em Londres Ela apoia imenso os meus projetos, apesar da sua agenda super cheia. 

 

 

JD – tem cerca de 12 CDs gravados algum com big band? tantos quem escreveu os arranjos?

 

JO - Eu escrevo os arranjos e co-organizo quando é uma orquestra completa. Ouço os sons muito claramente na minha cabeça. Mas quando se trata dos principais jogadores, como Pedro Segundo e a lenda Leland Sklar, tudo gira em torno de seu brilho natural. Então eu guio-os no que ouço e quero e depois deixo que façam a sua magia

 

JD – vive nos EUAN creio… mas os USA não são um país são um continente em que cidade? New York? gostava eu…

 

PS – De momento estou em Nova York enquanto respondo a esta entrevista, embora Londres seja a minha casa desde 2007. Eu costumo andar entre entre Londres, Los Angeles e Lisboa com viagens muito especiais para Nova Orleães e Nova York neste momento para me conectar e crescer como músico.

 

JD – nasceu em Portugal? é português?  é a 1ª vez que toca em Portugal? conhece a cena jazz portuguesa? 

 

PS – Nasci no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, no dia 8 de junho de 1988. Filho de pais moçambicanos. Eu amo a cena jazzística portuguesa. E tantas outras cenas. O fado, por exemplo, é o meu consolo quando estou em Lisboa com os meus músicos de fado favoritos. Em geral, Portugal é tão saudável e criativo em muitas frentes. Espero visitá-lo em breve em Aveiro.

 

 

JD – nos USA sente o racismo? contra quem? latino-americanos? negros e mulatos? pobres?

 

JO – O racismo está em toda a parte fora das principais cidades dos EUA e até mesmo dentro de algumas delas. Na verdade, está em todos os lugares do mundo. A luta pelos direitos civis dos negros não terminou nos anos 60, é uma batalha constante, algo que eu vejo e conheço especialmente no sul. No que diz respeito ao racismo em relação aos latinos, o presidente inventa estatísticas para construir um muro sem sentido, para deixar um legado Confesso que a maioria dos americanos está sinceramente envergonhada.

 

JD – conhece Justin Faulkner? tocou no CCB em 13 março 19 + 4 um é Marsalis o Branford toca sax? qual sua opinião sobre o trabalho dele cumo baterista?

 

PS – Sim conheço-o muito bem. Conheci pela primeira vez no Clube “Ronnie Scott’s”, quando abri para ele quando estava a tocar com Kurt Rosenwinkel.

 

 

JD – no seu repertório há standards? já cantou no ‘Standard’ jazz club em Manhattan NYC?

 

JO – Eu cantei em dois importantes marcos do jazz: "Blue Note" e "Birdland" em Manhattan e amei os dois.

Eu re-imaginei sucessos muito famosos do passado e do presente (desde Deep Purple até Drake) e fiz soar como clássicos do jazz e sobre a minha vida. Esse é o tema de "redisCOVERed", trazendo novos sons de significado e jazz para as músicas que as pessoas achavam que conheciam

É uma alegria para o público de repente perceber (talvez um verso) que música eles estão realmente a ouvir, e compartilhar em descobrir profundidades escondidas e ouvir as histórias que eu conto antes de cada música, conectando-as às minhas próprias experiências de vida.

 

 

JD – o primeiro instrumento jazz foi um tambor? sim ou não ou nim?

 

PS - Terá sido? Talvez o primeiro da civilização ao lado do canto. Eu gosto tanto desse tópico que prefiro tomar uma “bica” com você, José 😉 e falar sobre isso

 

 

JD  – conhece Maria João a cantora jazz & outras músicas aqui a mais popular? e Amália?

 

JO – Sim conheço Como eu disse, o Pedro “apresentou-me” a ambas e é por isso que eu acho que o público português vai se conectar totalmente com quem eu sou e o que faço. Coloque o fado e o jazz juntos e conquistam-me

 

JD – muito agradeço a Judith Owen  e a Pedro Segundo

 

 
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