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Diogo Alexandre
21-08-2016
 

José Duarte – vamos lá saber se eu com 77  me consigo entender consigo com 16 quando e como jazz se lhe tornou conhecido?

 

Diogo Alexandre – Não tenho um percurso muito longo de vida, pelo que tudo isto do jazz aconteceu há muito pouco tempo. Não me lembro da primeira vez que ouvi Jazz, talvez com o genérico da Pantera Cor-de-Rosa como provavelmente muitas outras pessoas da minha geração. Não foi uma paixão propriamente repentina, simplesmente fui descobrindo alguns artistas desta arte que me despertaram atenção. Grande parte dessas descobertas devem-se há existência da enorme biblioteca musical do meu irmão, onde eu encontrei alguns nomes como Miles Davis, John Coltrane, Esbjorn Sevesson, Pat Metheny, Joe Lovano, Ray Charles e Louis Amstrong, artistas estes de quem ainda sou fã. Mas o que verdadeiramente me despertou a vontade de tocar Jazz, foi o surgimento de uma Big Band dirigida pelo trompetista André Rocha, no Orfeão de Leiria, onde eu estudei percussão clássica, a qual eu participei e tive o meu primeiro contacto com a bateria Jazz.

 

JD – que Músicas ouvia e ouve antes e depois de jazz ter começado a ser uma Música que lhe interessa e pratica?

 

DA – Não houve nenhum momento na minha onde eu de repente começasse a ouvir Jazz, não houve nenhum antes nem de pois de ouvir jazz. Quando apareceu o gosto, a necessidade por puro prazer de ouvir musica seriamente e varias horas por dia, o Jazz esteve em parte sempre presente. Mas paralelamente ao Jazz, por volta dos meus 12 anos, o meu gosto passava essencialmente por Rock progressivo, folk, fado, alguns artistas pop portugueses e musica tradicional Angolana, Semba. Nomeando alguns artistas, Pink Floyd, Camel, algumas coisas de Dream Theater, Pluto, Dire Straits, The Doors, Carlos Santana, Harry Manx, Camané, Carminho, Hélder Moutinho, Pedro Abrunhosa, Jorge Palma e Paulo Flores. Os unicos artistas que eu ouvia com vontade e que se enquadravam minimamente com a musica que eu estudava na altura, eram Tchaikovsky, Rachmaninoff e Bethovan.

Agora, a musica que eu oiço foca-se essencialmente em Jazz . Destaco alguns músicos como, Miles Davis, Cannonball Adderlley, John Coltrane Joe Henderson Brad Melhdau, Robert Glasper, Vijay Iyer, Esbjorn Svesson, David Binney, Brandford Marsalis, Pat Metheny entre outros imensos que não vou enumerar.

 

JD – frequenta e frequentou escola jazz estudou com quem e o quê?

 

DA –Neste momento estudo Jazz no Conservatório de Musica de Coimbra, onde vou completar agora o segundo ano. Foi neste curso que iniciei intensivamente a minha aprendizagem desta linguagem. Aqui contacto com diversos e excelentes professores que têm gosto em ensinar e passar a mensagem do Jazz. Formam-se não só músicos mas pessoas nesta escola. Trabalhei com os professores Rui Lúcio o meu presente professor de instrumento, Ricardo Formoso, João Mortágua, Andreia santos, Fernando Rodrigues entre outros. Anteriormente a este curso, completara o 5º grau no Orfeão de Leiria em percussão clássica. Nessa altura a aprendizagem que tive de Jazz foram apenas com os professores André Rocha, dirigente da Big Band do Orfeão de Leiria e João Maneta o meu professor de bateria da altura, paralelamente ao Conservatório. Estes dois professores deram-me as primeiras noções do que era verdadeiramente o Jazz e a maneira de como este acontecia. Após terminar o 9º ano, ingressei no Curso que frequento neste momento.

JD – quando descobriu Elvin Jones notado baterista jazz?

 

DA – Eu ouvia Elvin Jones quando ouvia os discos do Coltrane há poucos anos atras, mas na altura não tinha o seu nome presente na minha memória. Mas conheci mais seriamente o seu trabalho no ano passado. É sem duvida uma inspiração e uma influencia para mim e para inúmeros bateristas dos dias de hoje. Foi um dos que na década de 60 se afirmou com uma nova abordagem e revolucionou a bateria no jazz.

 

JD – quem são e foram seus Mestres em Portugal?

 

DA – Atualmente estudo bateria com o professor Rui Lúcio. Anteriormente estudei com o professor João Maneta e tive algumas aulas com Marcus Cavaleiro.

 

JD – quem são seus bateristas  estrangeiros favoritos? porquê?

 

DA – particularmente nestes cinco é a inteligência dos seus solos e do seu acompanhamento, assim como a preocupação constante em fazer musica quando tocam. Mas bateristas de Jazz do seculo XXI, admiro, mas não tenho nenhum ídolo, gosto especialmente de alguns bateristas da velha guarda como Max Roach, Philly Joe Jones, Tonny Williams, Roy Haynes e Jack DeJonette Todos eles tem algo característico, mas os que admiro são Sanchez, Dan Weiss, Jeff Ballard, Bill Stewart, Jorge Rossy, Heric Harland, Kendrick Scott, Chris Dave, Johnathan Blake, Brian Blade, Justin Faulkner, entre outros

 

JD – e portugueses?

 

DA – Gosto em particular dos bateristas Mário Costa, Alexandre Frazão, Bruno Pedroso, André Silva, Marcus Cavaleiro, Joel Silva e Luís Candeias.

 

JD – acompanhar vozes é diferente de acompanhar instrumentos? porquê?

 

DA – Eu penso que sim. A meu ver, as vozes por vezes requerem outro tipo de e sensibilidade e de ambiente. Por norma são muito mais vulneráveis precisam de sentir segurança e conforto.

 

JD – sola?

 

DA –Sim

 

JD – qual o solo de bateria jazz gravado que mais o impressiona e recorda?

 

DA – "Delilah" do álbum Clifford Brown and Max Roach, 1955

 

JD – Os arranjos comprometem a improvisação?

DA – Sim, é isso que os torna desafiantes. É um desafio quebrar a barreira do arranjo e conseguir tornar a musica interessante e fluida em vez forçada.  

 

JD – porque é que escolhe escovas em vez de baquetas?

 

DA – O baterista é o principal responsável por criar ambientes. As vassouras permitem outro tipo ambientes que as baquetas não. Logo escolho umas ou outras dependendo do ambiente que quero criar.

 

JD – jazzmen portugueses que mais aprecia porquê?

 

DA – Portugal está recheado de grandes músicos. Há alguns que aprecio em especial, sendo estes André Fernandes, António Pinho Vargas, João Guimarães, João Mortágua, Mário Laginha, José Coelho, Oscar da Graça e Damien Cabaud Aprecio todos estes músicos principalmente pela genuinidade e singularidade de cada um tanto nas suas composições como na sua linguagem.

 

JD – obrigado Diogo Alexandre

 

 
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