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Ricardo Ribeiro o fado e outras Músicas
14-09-2014
 


José Duarte – gosta de se ouvir?


Ricardo Ribeiro – Como me ouço muito poucas vezes, são poucas as vezes que gosto.


JD – tem guitarristas fixos? porquê?


RR – Sim. Porque é importante ter uma equipe de guitarristas  (acompanhadores) que me conheça e com quem me identifique humanamente e musicalmente.


JD – o fado também é um tipo de Música onde a Improvisação é usada? para quê?


RR – É da natureza essencial do Fado o improviso, porque a maioria das  melodias dos fados vão nascendo da improvisação de melodias já existentes. Os fadistas não lhe chamam improviso, mas estilo.


JD – gosta de ser convidado para cantar numa casa de fado exemplo «Faia» em Lisboa onde canta todas as noites?


RR – Gosto muito. A casa de fados é a escola, é de certo modo a sala de treino.


JD – seu reportório é vasto?


RR – Sim


JD – em vários estilos?


RR – Alguns


JD – domina-os todos?


JD – Felizmente, tudo o que envolva um ideal estético que tenha a ver com o meu, domina-me e eu domino.


RR – quais os fadistas que mais o influenciaram? porquê?


RR – Amália Rodrigues, Fernando Maurício, Alfredo Marceneiro, Manuel Fernandes, Carlos Zel, Maria José da Guia, Beatriz da Conceição, entre outros. Influenciam-me pela sua criatividade e originalidade e porque sou sensível a sua expressão. 


JD – aprende-se a cantar fado? cumo?


RR – Não se aprende. Tem de se nascer com carga fadista e talento, não habilidade, para se ser fadista. O que acontece depois, é a ajuda preciosa dos fadistas e guitarristas mais velhos nos pormenores técnicos e idiossincráticos desta expressão que é o Fado. 


JD – e a aproximação do Oriente Médio à Líbano cumo se deu? foi mútua? que o atraiu nela?


RR – “Devo” esta aproximação ao Ricardo Pais (encenador) que quando me conheceu, achou-me capaz de cantar a música de Rabih abou-Khalil. Aproximamo-nos, eu e Rabih, e foi tão natural que desde 2007 não páramos mais de criar. Atrai-me a verdade e a naturalidade.    


JD – e cumo estamos de letristas?  o primeiro seu preferido e os outros também

RR – Felizmente cada vez mais vão surgindo mais poetas. Não tenho poetas preferidos, tenho poemas que me seduzem e fascinam.


JD – fado é Música masculina?


RR – Nem a musica nem a poesia têm sexo


JD -  qual é melhor para cantar? fado lento sentido ou alegre corrido? porquê?


RR – São todos, desde momento que o Fado aconteça.


JD – sua opinião sobre a Arte fadista de Hermínia


RR – Sublime


JD – comove-se ao ouvir-se?


RR – Não, de quando em vez rio-me, de vez em quando revolto-me…


JD – comparável só RTP Antena 2 - ouve outras Músicas que não sejam fados? o jazz? o fado não lhe chega?

 

RR – Oiço tantos outros géneros que não chegaria uma página; Mas ouço sobretudo musica étnica e clássica. Nem só de fado vive o Ribeiro.


JD – o que ganha para viver chega-lhe com o que ganha cumo fadista?

RR – Sim, a matéria não me seduz. Gasto pouco aos 100, como certos automóveis…


JD –Acha que há afinidades entre muitos fados e classes sociais?


RR – Sim, o Fado é como uma árvore com muitos galhos.


JD – Marceneiro é o Armstrong no fado?


RR – Sim…


JD – obrigado Ricardo

 

RR-  Muito Obrigado José Duarte


 
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