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Hernâni Faustino
13-01-2007 00:00
 
Hernani Faustino
Nasce em Lamego no ano de 1964.
Músico autodidacta toca baixo eléctrico e contrabaixo.

Em 1988 iniciei a minha actividade profissional na Valentim de Carvalho. Mais tarde em 1991 com a abertura da loja do Rossio comecei a trabalhar exclusivamente na secção de jazz. Fui responsável pelas compras e pela rotação dos stocks nas várias lojas da empresa. Durante este período comecei a importar para Portugal editoras que não tinham distribuição como a Delmark, Black Lion, New World, CIMP, 32 Jazz, FMP, Silkheart e fundo de catálogo que não estava disponível na altura. Elaborei a campanha comercial “Os 50 melhores discos de jazz” que atravessava todas as épocas e correntes do jazz, com a colaboração dos críticos nacionais. Campanhas temáticas dedicadas ao jazz vocal e a editoras como a ECM, Prestige, Black Saint, entre outras.

Colaborador e fundador do site www.newjazzimprov.com Colaborador desde o primeiro número da revista “All Jazz”. Desde 2000 que realizei e apresentei o programa Luna Jazz em parceria com o Pedro Costa , na Rádio Luna. Programa temático com entrevistas e música ao vivo. Entrevista ao contrabaixista norte-americano Ken Filiano. Entrevista ao trompetista Sei Miguel. Debate sobre o mercado de jazz em Portugal. Programas temáticos dedicados à obra de John Coltrane, Thelonious Monk, Miles Davis, Booker Ervin, Charles Mingus, entre outros.
Realização do programa All That Jazz na Rádio Luna em parceria com o Pedro Costa, dedicado ás novidades discográficas. Com o patrocínio da Jazztel. Colaborei na revista “O Papel do Jazz” Nº3 com o artigo “Discos dispersos, made in Portugal” sobre os músicos portugueses.
Músico autodidacta, baixo eléctrico e contrabaixo. Colaborei no grupo de Teatro “O Olho” sonorizando a peça – Minotauro Em 2003 começa a sua actividade na Trem Azul.

1 - que cliente é o típico de cliente jazz ao balcão de uma discoteca em Lisboa? Idade, gostos, conhecimentos, disponibilidades financeiras  

Não existe um cliente típico! As pessoas que habitualmente compram discos na Trem Azul JazzStore têm características divergentes. Existe o cliente informado que tanto pode ter 30 ou 60 anos, ou clientes que pouco conhecem e que procuram conselhos e saber um pouco mais sobre o jazz. Os gostos são variados, mas existe uma maior procura do jazz contemporâneo e de algumas reedições. As disponibilidades financeiras são bastante variáveis!  

2 - que tipo de jazz se vende mais? Armstrong?  

O Armstrong vende mal, assim como o Charlie Parker ou o Count Basie! São vários os tipos de jazz que se vendem na JazzStore, por exemplo: William Parker, Vandermark 5, John Hollenbeck, as últimas edições do quarteto do Coltrane e do inédito do Monk com o Coltrane. A caixa com 3 cd’s do pianista germânico Alex Von Schlippenbach totalmente dedicada à música de Thelonious Monk tem vendas assinaláveis. A jovem editora sueca Moserobie também se tem destacado, assim como a Clean Feed. As reedições têm uma fatia grande nas vendas, principalmente através da Blue Note, Lone Hill Jazz, Gambit e Columbia.

3 - há vedetas no jazz contemporâneo de hoje? quem são? Vedetas…! Existem actualmente músicos que se destacam através da vasta produção musical em que estão inseridos como o Ken Vandermark, William Parker, Dave Douglas, Atomic, Dave Rempis, John Hollenbeck, Matthew Shipp, John Zorn, Michael Blake, Steve Lehman, Louis Sclavis, Adam Lane,Nels Cline, entre outros.

4 - a procura do DVD tem subido? O DVD está condicionado ao que se distribui em Portugal. Somos o único país da UE que necessita de um selo do IGAC e da respectiva catalogação deste organismo nos DVD’s. Este processo faz com que as importações sejam quase impossíveis. Mas apesar disso penso que o DVD nunca se vai aproximar das vendas dos cd’s, pelo menos no jazz!

5 - que sombra podem fazer às discotecas organizações como a Amazon? Fazem alguma sombra! Mas os principais afectados são as grandes cadeias de lojas generalistas. As lojas especializadas terão sempre o seu público, elas não se limitam apenas à venda, tem um papel importante na divulgação e depois existe sempre alguma disponibilidade para o diálogo.

6 - a presença de músicos em Concertos ou Festivais influencia a venda de seus respectivos CDs? Se os músicos tiverem discos à venda no local dos concertos é claro que influencia as vendas. Na loja isso não acontece…as pessoas quando gostam muito do concerto ou compram logo na altura ou então depressa se esquecem!

7 - em Portugal já fomos ouver todos os músicos de jazz estrangeiros que valem a pena? quais os que faltam se faltam? Os músicos mais conhecidos já vieram praticamente todos! Mas gostava muito de ver novamente o Ornette Coleman, Andrew Hill, Paul Motian e o Jackie McLean. O Charles Tolliver parece que nunca tocou em Portugal e também gostava de ver o Ritual Trio do Kahil El’ Zabar. O jazz é uma música viva e felizmente existem muitos músicos novos e talentosos. A renovação é o que mais importa e os Festivais são os eventos perfeitos para o fazerem.

8 - há Festivais por todo o Portugal das ilhas ao continente qual a sua opinião sobre Lisboa não ter um? Lisboa tem o Jazz em Agosto e o ano passado teve a primeira edição do ForUmusic com a presença do trio do Don Byron, o dueto Sonny Fortune, Rashied Ali e o pianista Joachim Kuhn, bem como alguns grupos nacionais. Para além da Festa do Jazz no São Luís.

9 - a oferta de CDs jazz importados é boa ou já foi melhor ou pior? Já foi melhor! Hoje em dia as distribuidoras estão mais interessadas em vender discos mais comerciais, do que propriamente manter catálogo, o que não tem mal nenhum, face ás dificuldades que o mercado discográfico atravessa! Actualmente as lojas deixaram de trabalhar o fundo de catálogo. 

10 - a produção de CDs jazz portugueses com músicos portugueses é suficiente para dar um panorama correcto do valor do jazz português? Existem poucas editoras face aos projectos existentes! Mas penso que os discos que têm sido editados reflectem bem o panorama do jazz feito em Portugal, com todos os defeitos e virtudes!

 por José Duarte em 2006

 


José Duarte
 
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